Política

Parlamentares se posicionam contra progressão parcial no Colégio Militar Tiradentes

05/08/2025
Parlamentares se posicionam contra progressão parcial no Colégio Militar Tiradentes

Durante a sessão desta terça-feira, 5, os deputados Delegado Leonam (União Brasil), Cibele Moura (MDB), Cabo Bebeto (PL) e Ricardo Nezinho (MDB) usaram os microfones da Casa para repudiar a possível implementação da progressão parcial no Colégio Militar Tiradentes. O primeiro a se manifestar foi Leonam, que destacou a excelência do colégio em todos os padrões e requisitos, com aprovação de alunos em concursos e em cursos superiores. “Infelizmente, se vier a ser implementado, colocará em xeque tudo isso”, disse.

Leonam apresentou uma indicação solicitando ao Governo do Estado que não adote o regime de progressão parcial nas escolas públicas da rede estadual de ensino, especialmente no Colégio Estadual Tiradentes, onde a comunidade escolar tem manifestado profunda contrariedade à sua implementação. “Pais, alunos e profissionais da educação promoveram um protesto contra a adoção da progressão parcial no Colégio Tiradentes. O movimento reivindica a preservação do atual modelo pedagógico, baseado em avaliações rigorosas, rotina disciplinada e comprometimento com o desempenho pleno dos estudantes”, destacou.

Em aparte, a deputada Cibele Moura (MDB) também criticou a política de aprovação automática de alunos na rede pública, independentemente do desempenho escolar. Ela se mostrou favorável à reprovação por notas baixas e defendeu que o mérito acadêmico deve ser valorizado. “É mais uma vez esse país dizendo que a mediocridade merece ser recompensada”, afirmou, ao questionar a lógica de aprovar alunos sem exigência de notas mínimas. A parlamentar relatou ter sido procurada por mães e alunos que apoiam a rigidez do colégio militar: “Querem que o colégio continue com a política de que, se o aluno tirar nota baixa, ele vai repetir de ano; e, se tirar nota alta, será recompensado. Imagina dizer a um adolescente que ele não precisa estudar porque, independentemente da nota, vai passar de ano. Isso, na minha opinião, é um erro. Nenhuma escola pública deveria aprovar aluno que não tira nota boa”, disse.

O deputado Cabo Bebeto (PL) também criticou a política de progressão continuada. Relatou ter protocolado um ofício ao Governo de Alagoas e à Secretaria de Educação, assinado também pelos deputados Ricardo Nezinho (MDB) e Gilvan Barros Filho (MDB), alertando sobre os prejuízos do sistema atual. “Isso, por si só, é um absurdo que a própria Secretaria deveria rejeitar”, afirmou, ao descrever o processo em que alunos reprovados em seis disciplinas recebem apenas “uma hora e meia de aula por matéria, fazem um trabalho em casa e são aprovados automaticamente”. O parlamentar comparou com o modelo anterior, em que o aluno tinha um ano para recuperar a disciplina em que foi reprovado, e apontou as consequências: “As escolas de Alagoas estão formando 100 mil analfabetos funcionais por ano”. Cabo Bebeto apontou que as únicas escolas com bons resultados no Estado são as militares, que mantêm a reprovação por notas baixas.

Por fim, Ricardo Nezinho destacou que a unidade do Colégio Tiradentes em Arapiraca atrai estudantes de diversos outros municípios do Estado, justamente por seu modelo educacional exigente. “Também recebi a visita de pais de alunos pedindo para manter as mesmas regras”, afirmou Nezinho, ao explicar que a escola possui um regimento interno próprio que seria afetado pelas mudanças propostas. O parlamentar ainda aproveitou para cobrar melhorias na unidade de Arapiraca, mencionando pedidos dos professores por “quatro salas de aula e um ginásio maior”, já que a atual estrutura está sobrecarregada devido ao sucesso da instituição.

Ascom ALE