Política

AMA diz que visita de Ziulkoski ao STF pode destravar pauta dos royalties

22/05/2025
AMA diz que visita de Ziulkoski ao STF pode destravar pauta dos royalties

Em audiência com presidente do STF, Ziulkoski pede cronograma para julgamento de ações que tratam de royalties

O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, acompanhado do consultor jurídico Ricardo Hermany ,se reuniu na tarde desta quarta-feira, 21 de maio, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para tratar das ações referentes à distribuição dos royalties de petróleo. O tema é agenda dominante do movimento municipalista desde 2012 , Todos os ex presidentes da Associação dos Municípios Alagoanos- AMA – participaram da luta que é antiga. “Mais uma vez o assunto ganha força e agora esperamos que o presidente do STF consiga destravar essa pauta”, disse Marcelo Beltrão. Para o vice-presidente da AMA, Jorge Dantas ” todos os munícipios devem ser beneficiados e a CNM é a principal advogada de todos”

Em documento entregue ao ministro, Ziulkoski destacou que, desde a suspensão da Lei 12.734/2010, em 2013, os Municípios já perderam mais de R$ 111 bilhões entre 2013 e 2024. Ele agradeceu o ministro pela audiência e disse esperar que haja um diálogo federativo sobre a temática, tendo em vista os impactos aos Entes locais. “Já está chegando a 14 anos de espera. Não sabemos se vamos ganhar ou perder a ação, mas queremos que haja uma definição. Respeitamos o Rio, mas ficamos inconformados que apenas um Município tenha recebido mais de R$ 17 bilhões em dez anos. Nossa vinda é uma tentativa de buscar o andamento dessa ação”, declarou.

Ziulkoski falou brevemente sobre o histórico acerca do tema e pediu que seja estabelecido um cronograma de reuniões junto ao Núcleo de Solução de Conflitos (Nusol), órgão da Corte responsável por mediar disputas e buscar soluções alternativas para conflitos de natureza federativa ou de grande impacto social e econômico. As Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4916, 4917, 4918 e 4920 foram encaminhadas ao Nusol em junho de 2023, porém, desde então, ainda não foi estabelecido um calendário para as reuniões.

Barroso informou que vai dialogar com a ministra Cármen Lúcia, relatora das ações. Segundo ele, havendo encaminhamento por parte da ministra, ele colocará a ação em análise no Nusol. “O andamento das ações no Nusol depende da ministra Cármen Lúcia, mas posso afirmar que a gente vai entrar em campo assim que ela marcar a audiência”, disse.

TCU

Em documento entregue ao ministro, a CNM destacou que auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) apontou inúmeras inconsistências na legislação que ainda está em vigor. Segundo o entendimento do plenário da Corte de Contas, apresentado por meio do Acórdão 2385/2024, é possível destacar trechos como a fragilidade do sistema de distribuição. O processo foi encaminhado pelo Tribunal ao Nusol, bem como ao gabinete da ministra Cármen Lúcia e do presidente da Corte.

Histórico

Sob a liderança da CNM, o movimento municipalista conseguiu a aprovação da Lei 12.734/2012. A medida foi motivada por conta do petróleo deixar de ser extraído em terra e passou a ser em alto mar, o que necessitava a mudança de uma antiga legislação em razão de uma nova realidade. No entanto, após a aprovação da matéria no Congresso Nacional, os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo ingressaram no STF com as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 4917, 4918 e 4920. As ADIs foram pautadas três vezes para o julgamento no Plenário do Supremo e, desde a metade de 2023, estão no Nusol, mas sem cronograma definido.

Outras pautas

Barroso também abordou outros temas que possuem impacto nos Municípios e lembrou de decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio da Resolução 547/2024, aprovada por unanimidade pelo Plenário no dia 11 de março e que, entre as ações, institui medidas de tratamento racional e eficiente na tramitação das execuções fiscais pendentes no Judiciário brasileiro. A CNM tratou do tema junto ao Conselho e, de acordo com o ministro, pode aumentar significativamente a arrecadação dos Municípios. Ele pediu apoio da Confederação para esclarecer os gestores municipais em relação à pauta.

Ziulkoski também agradeceu o ministro pela decisão em relação ao piso dos enfermeiros, ação na qual a Confederação atuou como amicus curiae. Decisão do STF passou a responsabilidade do financiamento do piso à União.

Fonte: Agência CNM de Notícias