A vereadora Olívia Tenório utilizou a tribuna da Câmara de Vereadores de Maceió, nesta quinta-feira (24), para repercutir três casos recentes de agressão contra mulheres em Alagoas e fez um apelo enfático por justiça, proteção e políticas públicas permanentes de enfrentamento à violência de gênero. Ela também pediu que a Câmara “não seja cúmplice do silêncio”.

Olívia iniciou sua fala com duas frases fortes, retiradas de depoimentos públicos de vítimas. “Eu não quero virar uma estatística” e “Eu preciso tirar essa máscara e o peso que carreguei todos esses anos”. As palavras, segundo a vereadora, expressam não apenas o desespero individual, mas um sentimento coletivo de medo e abandono.

A vereadora destacou o caso da empresária alagoana Giuliana Omena, que deixou o país após denunciar o ex-marido por violência doméstica. “Ela precisou abrir mão de sua vida, do seu trabalho, da sua segurança para sobreviver. Giuliana revelou o quanto a violência vai além da agressão física, ela destrói a alma”, afirmou Olívia.

Em seguida, a parlamentar mencionou o caso do advogado João Neto, flagrado em vídeos agredindo uma mulher com extrema violência. Para Olívia, a tentativa de reverter a narrativa e tratar o agressor como vítima evidencia o machismo estrutural ainda presente nas instituições. “Esse homem não é um caso isolado. Ele é o símbolo de um sistema que protege os seus e perpetua a impunidade”, criticou.

O terceiro caso citado foi o de Mariana, que teve o agressor solto por conta de “uma falha técnica do Ministério Público”. “Mais uma mulher foi deixada à própria sorte. O recado é claro: ainda não estamos seguras. Nem com provas, nem com denúncias, nem com apelos públicos”, declarou a vereadora.

A parlamentar fez ainda um apelo aos colegas da Casa para que a luta contra a violência não seja tratada como pauta menor ou lembrada apenas em datas comemorativas. “Essa luta não é só das vereadoras. É de todos os que juraram defender o povo de Maceió”, disse.

Olívia concluiu seu discurso exigindo que a Câmara se posicione de forma firme diante da escalada da violência contra as mulheres. “Parem de romantizar o agressor. Parem de exigir provas impossíveis. A violência está aí. E o que eu peço hoje, com toda a força que há em mim, é que esta Casa não seja cúmplice do silêncio.”

Ascom Olívia Tenório