Política
Renan defende conciliação para Flexais e pode propor CPI da Braskem no Senado

Em nova reunião nesta segunda-feira, 14, com moradores dos Flexais, em Bebedouro, o senador Renan Calheiros revelou que pode propor a criação da CPI da Braskem no Senado, caso o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, não atenda a convocação de comparecer para prestar esclarecimento aos senadores sobre uma possível venda da Braskem.
O senador também defendeu a conciliação como saída para atender aos pleitos de lideranças e moradores da localidade: realocação e indenização justa a ser paga pela Braskem. Renan tem sido um duro crítico da tragédia ambiental na capital que foi provocada pela exploração de mineração, causando o afundamento do solo e tirando mais de 60 mil famílias de casa.
“É um horror e absurdo o que se propõem para essa comunidade de forma coercitiva em pagar apenas R$ 25 mil como indenização pelos danos causados pela mineração”, afirmou Renan, acrescentando que somente nos Flexais cerca de três mil pessoas foram prejudicadas e somando os outros bairros atingidos esse número atinge mais de 200 mil pessoas.
Para o senador, o caso envolvendo a mineração na capital, não pode ficar impune e a Braskem precisa arcar com todo o prejuízo causado, não somente a Maceió, mas ao Estado e aos municípios como um todo, que tiveram perda de ICMS. “Somente o Estado teve uma perda de R$ 3 bilhões em ICMS e esse valor também pertence aos municípios”, completou Renan.
Ainda na conversa com a comunidade, Renan disse que é preciso mais transparência por parte da prefeitura de Maceió no uso dos recursos que receberá da Braskem, em um total de R$ 1,7 bilhão, sendo que desse valor R$ 600 milhões já foram repassados à capital alagoana. “O que está existindo é falta de transparência sobre como esses recursos serão aplicados”, disse.
“É preciso que a Braskem não fique impune, precisa indenizar e reparar o crime ambiental que praticou contra 20% da população de Maceió”, continuou Renan, acusando ainda o prefeito JHC de usar o dinheiro do acordo firmado com a Braskem para patrocinar escolas de samba do Rio de Janeiro e não se interessar em defender os direitos do povo dos Flexais.
De acordo com Maurício Sarmento, morador dos Flexais e um dos articuladores do movimento em defesa da comunidade, cerca de 810 famílias foram atingidas pelo problema e precisam ter seus direitos respeitados pela mineradora. De acordo com ele, as comunidades dos Flexais hoje vivem ilhadas e abandonadas pelo Poder Público Municipal.
A ex-prefeita e atual secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Kátia Born, também participou da reunião representando o governo do Estado.
Fonte: Ascom MDB/AL