O vereador Marcelo Gouveia (PRB) presidiu, na manhã desta sexta-feira (02), audiência pública para reivindicar espaço no calendário oficial do município para os cantores gospel de Maceió. Segundo o parlamentar, o público dos eventos evangélicos cresce rapidamente no Brasil inteiro, mas falta o reconhecimento dos governos, federal, estadual ou municipal, do potencial econômico, turístico e social que este segmento artístico representa. Entre as reivindicações, os cantores evangélicos solicitaram a inclusão da categoria nos eventos patrocinados pela prefeitura de Maceió que já existem, a exemplo do Festival de Verão, que ocorrerá pela terceira vez em janeiro de 2016, na orla da capital. “O segmento gospel tem uma plateia fiel, não enfrenta a pirataria. As canções já tocam em rádios tradicionais. É uma classe artística com imenso potencial de aquecer a economia. Mas para isso é preciso vencer a invisibilidade e o preconceito das gestões públicas”, disse Marcelo Gouveia. O cantor Jaminho Rodrigues agradeceu a Câmara Municipal de Maceió por abrir espaço para o debate e cobrou a valorização do segmento. “A música gospel deve ser valorizada pelo o que ela é, não estamos aqui pedindo esmola”, ressaltou. O maestro Alexandre Prado criticou a burocracia exigida para o uso de espaços públicos, como o Posto 7. “Isso dificulta nossos eventos. Quando nosso coral se apresenta, as pessoas ficam surpresas ao saber que somos de Maceió, pensam que o coral é de fora”, afirmou, para ilustrar a falta de visibilidade que a música gospel local enfrenta. O cantor Lewis Miguel falou que o fato de a Câmara abrir as portas para ouvir os reclames do segmento já era um avanço. A cantora Evany Braga reforçou que o objetivo da música gospel é falar de amor e de paz. “A música gospel precisa ser mais valorizada, mas ela ainda não é bem aceita pelos órgãos públicos”, disse ela. A cantora Sarah Farias relatou que os evangélicos geralmente são vítimas de bullying desde a infância. “Os evangélicos são ignorados não é de hoje. Minha igreja já foi atacada de diversas maneiras, mas precisamos acreditar no nosso espaço. Precisamos ter o apoio da prefeitura para sermos incluídos nos eventos oficiais e com cachês condizentes com o mercado”, defendeu a cantora. O diretor da Fundação Municipal de Ação Cultural, Keyller Simões, representou o secretário de Cultura, Vinícius Palmeira. Ele explicou que o poder público tem limitações impostas por lei. “Não podemos contratar artistas para promover religião, mas quando não há referência ao credo não há obstáculos”. Keyller esclareceu que a prefeitura não escolhe aleatoriamente os cantores e bandas que participam dos eventos oficiais. “Temos editais que selecionam os artistas. Todos podem se inscrever”, disse o diretor, sugerindo que o segmento gospel se aproxime do Conselho Municipal de Cultura para encaminhar as reivindicações da categoria. O secretário municipal de Turismo, Jair Galvão, também participou da audiência. Ele explicou que a gestão do prefeito Rui Palmeira prima pela gestão técnica de todas as pastas para cumprir o dever de atender a todas as demandas, sem distinção. “Com certeza, podemos manter o diálogo para encontrar caminhos de promoção da música gospel na área do turismo. Na cultura, a prefeitura lançou editais públicos para dar oportunidade a todos os artistas. Não há restrição na atual gestão”, afirmou, sugerindo a criação de uma cartilha que explique como eventos privados podem usar espaços públicos. O ex-candidato a governador do Estado, Joathas Lins, e o pastor Adriano Oliveira, também fizeram parte da mesa. O vereador Marcelo Gouveia, antes de encerrar a audiência, afirmou que irá cobrar do Poder Executivo ações concretas para dar mais visibilidade aos cantores gospel de Maceió. Além de clipes, exibidos no telão, a música do segmento foi interpretada no plenário, no final do encontro, pelos cantores Lewis Miguel, Sarah Farias, Evany Braga e Claudinha Lins.