Lucas Menezes 

O município de Coruripe foi palco para uma importante roda de conversa promovida pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), com o tema “Minha Voz, Minha Força”, voltada ao enfrentamento à violência contra a mulher. O evento, realizado no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) – Campus Coruripe, reuniu autoridades, representantes de órgãos públicos e a comunidade local em um amplo momento de diálogo, reflexão e conscientização.

A ação faz parte do projeto “MPAL de Mãos Unidas Contra o Feminicídio”, iniciativa do Ministério Público que tem como objetivo promover debates, fortalecer políticas públicas e ampliar as redes de proteção às mulheres em todo o estado.

Com foco em temas como a Lei Maria da Penha, o feminicídio e as políticas públicas de proteção e acolhimento, o encontro proporcionou um espaço de escuta e troca de experiências entre os participantes, destacando a importância de fortalecer as redes de apoio e os canais de denúncia para mulheres vítimas de violência.

A programação contou com palestras relacionadas ao tema, apresentações culturais do município, incluindo o Coro Vozes de Coruripe e o Balé Folclórico.

O evento teve a presença do prefeito Marcelo Beltrão, do vice-prefeito Zé Enéas, da secretária de Estado da Mulher, Marília Albuquerque, de representantes da Polícia Militar, da Defensoria Pública, de diversas secretarias municipais e do próprio Ministério Público, instituição responsável pela iniciativa.

Durante o encontro, a promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, Ariadne Dantas, destacou a relevância de debater um tema tão sensível e urgente na sociedade.

“É com muita felicidade que venho a Coruripe falar sobre um assunto tão sensível. A gestão municipal se antecipou ao nosso projeto, demonstrando interesse real em mudar essa realidade. Quando o poder público dá um passo à frente, o Ministério Público também precisa estar presente”, afirmou a promotora.

Ariadne também ressaltou a importância do conhecimento sobre a Lei Maria da Penha, lembrando que muitas mulheres ainda desconhecem os instrumentos de proteção que a legislação oferece. Segundo ela, a violência contra a mulher não deve ser tratada apenas como um caso de polícia, mas como uma questão multifatorial, que envolve saúde, assistência social e políticas públicas integradas.

A secretária de Estado da Mulher Marília Albuquerque, destacou que participar da roda de conversa é mais do que uma ação simbólica, é um passo concreto na construção de políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. Ela reforçou que o Governo de Alagoas tem trabalhado em parceria com o Ministério Público para levar o projeto a todo o estado.

“Participar desse evento é um motivo mais que importante. Nosso objetivo é levar essa iniciativa para os 102 municípios de Alagoas, fortalecendo a rede de proteção e ampliando o diálogo sobre o enfrentamento à violência contra a mulher. Se todos os gestores tiverem a mesma visão e compromisso que o prefeito de Coruripe tem, com certeza alcançaremos grandes resultados no combate ao feminicídio”, afirmou a secretária.

Durante o evento, o prefeito Marcelo Beltrão destacou a importância da parceria entre os poderes e instituições para o fortalecimento das políticas públicas de proteção à mulher, ressaltando o trabalho desenvolvido pelo Ministério Público e o compromisso de Coruripe em manter o tema como prioridade.

“O Ministério Público, em nome do doutor Maurício, tem feito um belíssimo trabalho aqui no nosso município, numa parceria sólida e muito produtiva. Esse evento é mais um resultado dessa parceria. Estamos alinhados com o Governo do Estado, com o Ministério Público e com o Governo Federal para fortalecer a Secretaria da Mulher e unificar políticas públicas que garantam segurança e dignidade às mulheres. É um compromisso que firmamos e que vamos levar adiante, inclusive por meio da Associação dos Municípios Alagoanos, para que essa pauta seja destaque nos 102 municípios do estado.

Os números são alarmantes, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil em 2023, o que significa uma vida perdida a cada seis horas. Precisamos encorajar a denúncia, oferecer acolhimento e criar ambientes seguros dentro dos municípios. A maioria desses crimes acontece dentro de casa, e isso não pode continuar. É hora de darmos um grito coletivo contra a violência, garantindo oportunidades, espaço no mercado de trabalho e maior representatividade feminina na política. Coruripe seguirá firme nesse propósito, porque aqui, o respeito e a proteção às mulheres são compromissos de gestão e de coração”, afirmou o prefeito Marcelo Beltrão.