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Encontro de leitura guiada reúne membros do TJAL para refletir sobre memória, cultura e identidade racial

21/08/2025
Encontro de leitura guiada reúne membros do TJAL para refletir sobre memória, cultura e identidade racial
Fotos: Luiza Cristina Silva, professora adjunta do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é responsável pela mediação das aulas dialogadas | Filipe Norberto - Ascom/Esmal

Nesta quinta (21), aconteceu na Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), o segundo encontro da leitura guiada “Um Defeito de Cor” de Ana Maria Gonçalves. A ação é desenvolvida pela Biblioteca Geral do Judiciário de Alagoas e teve mediação da professora Luiza Cristina Silva, do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Segundo a docente, a leitura da obra oferece uma dimensão fundamental acerca de eventos históricos acontecidos no Brasil, que confrontam diretamente as narrativas de grupos dominantes.

“No encontro, discutiu-se a dimensão da autoria em Um Defeito de Cor, refletindo sobre como a narrativa em primeira pessoa revela a história do Brasil articulada às trajetórias negras. Um exemplo é o final do capítulo 6, quando Kehinde menciona a Independência da Bahia (1832), permitindo situar a personagem no contexto histórico e compreender sua experiência subjetiva diante desses acontecimentos”, afirmou Luiza Cristina Silva.

Luiza destacou que os encontros são pautados por materiais de suporte que ampliam as interpretações acerca do livro, que até outubro, terá sido discutido em sua totalidade pelo grupo.

“O encontro também foi um espaço para cada participante trazer seus destaques e percepções, sempre fundamentados em referências teóricas e historiográficas. A ideia é construir um estofo analítico sólido, apoiado em pensadores e pensadoras brasileiras, que nos ajude a compreender a trajetória criada por Ana Maria Gonçalves”, completou.


Grupo se reúne na Esmal para mais uma etapa da leitura guiada de Um Defeito de Cor, obra de Ana Maria Gonçalves. Foto: Filipe Norberto - Ascom/Esmal

A estagiária do Centro de Cultura e Memória do Tribunal de Justiça de Alagoas (CCM/ TJAL), Laila Talita Ferreira, definiu a iniciativa como inspiradora e que questiona as estruturas sociais vigentes até os dias de hoje. Ela também faz párte da Comissão de Equidade Racial do TJAL.

“À medida que avançamos na narrativa, vamos compreendendo situações que, sem esse olhar mediado, talvez passassem despercebidas, como a compreensão do racismo e o lugar ocupado pela mulher negra no Brasil. Por isso, considero essa ação um marco, não apenas para o TJAL, mas também para a própria Biblioteca e para a Comissão de Equidade Racial, pois representa um passo importante rumo a uma transformação real desse espaço”, relatou a participante, que também é estudante de História.

Próximos encontros

· 25 de setembro - com os capítulos 7 e 8 (páginas 455 a 730), que tratam de resistências, aquilombamentos, revoluções e recusa ao sistema escravista;

· 23 de outubro - com os capítulos 9 e 10 (páginas 731 a 948), focando no Brasil pós-colonial, na relação Nigéria–Brasil e nas festas afro-religiosas.

Os encontros acontecerão das 8h às 10h, sempre na sede da Esmal, localizada na Rua Cônego Machado, 1061, Farol.

Ascom Esmal