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Instituições discutem ações para atendimento humanizado a pacientes com transtornos mentais

Arnaldo Santtos
Em reunião realizada na quarta-feira (20), no auditório do Centro Operacional de Apoio às Promotorias (CAOP), no bairro do Farol, em Maceió, representantes de diversas instituições públicas discutiram medidas para garantir um atendimento ágil, eficaz e humanizado às pessoas em sofrimento mental.
A reunião foi conduzida pela promotora de Justiça Karla Padilha, responsável pela 62ª Promotoria da Capital, que destacou a necessidade de continuidade dos atos de cada entidade envolvida. “O que a gente pode fazer para melhorar o formato do atendimento psicológico/psiquiátrico para que haja um atendimento adequado e humanizado?”, questionou.
Segundo a promotora, a população está adoecida mentalmente e necessita de um olhar sensível e integrado das instituições. Para ela, as Redes de Atendimento das diversas entidades são essenciais, evitando que cada serviço atue isoladamente. “Nenhum profissional deve perder a sensibilidade humana no atendimento, principalmente nesses casos específicos”, ressaltou.

Ela destacou que as duas promotorias estão fazendo gestões conjuntas, no sentido de que as ligações do Samu sejam atendidas de forma prioritária, pela Polícia Militar, para que o atendimento seja ágil para as pessoas que precisam de atendimento psicológico/psiquiátrico.
A promotora de Justiça Micheline Tenório, coordenadora do Núcleo da Saúde do Ministério Público Estadual, informou que tem realizado medidas para que unidades de saúde possam disponibilizar leitos em hospitais gerais para quem sofre de problemas psicológicos/psiquiátricos, além da criação do CAPS III em Alagoas, que funcionaria 24 horas. “É uma medida fundamental para garantir dignidade e tratamento humanizado a pessoas com transtornos mentais graves”, afirmou.
A coordenadora de enfermagem do Samu, Juliana Tenório, que representou a Coordenação Geral do Samu, relatou dificuldades enfrentadas pelas equipes. Segundo ela, algumas unidades de saúde se recusam a receber pacientes em surto, o que gera atrasos e desumanidade no atendimento. Destacou também que no atendimento psicológico/psiquiátrico, a Polícia Militar precisa estar presente para acompanhar os atendimentos, porque, muitas vezes, há a necessidade de contenção física do paciente para preservar a integridade dele, da família e da equipe, garantindo um atendimento adequado”, explicou.

Juliana destacou ainda que o Samu está capacitando equipes específicas para atender casos psicológicos/psiquiátricos, inclusive com viaturas adaptadas. A Central do Samu Maceió dispõe de 16 motolâncias, cinco Unidades de Suporte Avançado (USA – UTI Móvel) e nove Unidades de Suporte Básico (USB), para atender a população de Maceió. Já a Central do Samu de Arapiraca dispõe de três Unidades de Suporte Avançado (USA-UTI Móvel) e três Unidades de Suporte Básico (USB) para atender a população do município de Arapiraca.
O Samu também dispõe, ao todo, de 35 Bases Descentralizadas, estrategicamente a cada 30 km do Estado para atender a toda a população alagoana, inclusive com dois helicópteros e um avião.
O subcomandante do Comando de Policiamento da Região Metropolitana, Silvio César, lembrou que o governo do Estado não tem medido esforços para equipar as corporações militares e que, recentemente, adquiriu pistolas “Taser” como uma das alternativas menos letais para conter agressores, e que poderão ser utilizadas, nos casos mais extremos em pacientes psicológicos/psiquiátricos em situações de risco dele próprio, como garantia da segurança dele mesmo, da família e das equipes, tanto da saúde como também das equipes militares.
Durante o encontro, ficou definido que todas as instituições trabalharão em conjunto para minimizar o sofrimento das pessoas nos atendimentos de transtornos mentais, e garantir atendimento humanizado.
Na reunião, os representantes dos órgãos se comprometeram para que os profissionais das entidades aperfeiçoem as suas atuações, cooperando como uma rede de atenção, para que os pacientes com transtornos mentais recebam um atendimento digno, rápido e humano em Alagoas.
Participaram da reunião, representantes da Subsecretaria de Segurança Municipal, do Programa Ronda do Bairro, do Corpo de Bombeiros Militar, da Polícia Militar, da Coordenação do Samu 192, do Ministério Público Estadual e da Promotoria Estadual.
Dicas para familiares em casos de surto
Mantenha a calma – Evite gritar ou discutir, pois a pessoa em surto pode se sentir ainda mais ameaçada.
Não confronte – Evite contrariar diretamente o paciente, buscando falar de forma simples e tranquila.
Afaste objetos perigosos – Tire de perto itens que possam ser usados para auto agressão ou agressão.
Garanta um ambiente seguro – Se possível, mantenha apenas pessoas necessárias no local.
Acione o Samu 192 – O atendimento especializado pode ser solicitado para casos graves.
Colabore com os profissionais – Forneça informações sobre histórico médico e uso de medicamentos.
Procure acompanhamento contínuo – Após o surto, busque apoio em serviços de saúde mental como CAPS e hospitais de referência mais próximos.