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Alagoas expande áreas de florestas plantadas com eucalipto

18/08/2025
Alagoas expande áreas de florestas plantadas com eucalipto
Fotos: Alagoas está em plena expansão de florestas plantadas na última década, chegando a uma área de 42 mil hectares em 2025 | Edilson Omena / Tribuna Independente

Tatiane Bastos e Lívia Leão 

Alagoas está em plena expansão de florestas plantadas na última década, chegando a uma área de 42 mil hectares em 2025, com um salto de 10 mil ha de plantio de eucalipto somente nos últimos três anos. A informação foi divulgada pelo jornal Tribuna Independente deste sábado (16), sendo considerado um setor que transforma o cenário ambiental e econômico no estado.

Com a execução do Plano de Agricultura de Baixo Carbono - Plano ABC+ Alagoas, coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Seagri), a expectativa é de que ainda haja uma nova ampliação de florestas plantadas para contribuir na mitigação da emissão de gases de efeito estufa nas atividades agropecuárias e fixação de carbono da atmosfera.

A estimativa é de conseguir aumentar áreas de plantio de eucalipto, em 15 ha, e ampliação da área com plantio de sistemas integrados (lavoura-pecuária-floresta), em 2.300 ha até o fim do decênio 2020-2030.

“Temos monitorado esse crescimento das florestas plantadas porque é uma das tecnologias que compõem o Plano ABC+ Alagoas. Todas as ações e estratégias que unem a sustentabilidade e uso de tecnologias que contribuem para a redução dos gases de efeito estufa e para o sequestro de carbono são essenciais para o plano. Até o fim do decênio, a tendência é de que possamos ter uma ampliação na área plantada”, ressalta a secretária Aline Rodrigues.


No quesito produtividade, Alagoas está acima da média nacional com 60m³ ha/ano, tendo potencial de produção de 80m³ ha/ano, enquanto a média do Brasil fica em 39m³ ha/ano. Para o sequestro de carbono da atmosfera, a média anual varia entre 10 a 20 toneladas de CO2 por ha. Os dados apontam, ainda, que uma floresta de eucalipto pode acumular entre 70 a 140 toneladas de CO2 por hectare até o final do ciclo.

Economia Verde

O crescimento de plantio de florestas plantadas também é fruto da instalação de empresas do setor que, aliado a diversas estratégias, vêm ampliando a área para produção sustentável local.

O grande boom da silvicultura no estado ocorreu em 2014, com início de atividades de empresas ligadas, principalmente, ao uso de biomassa para matriz energética sustentável e atividades de silvipastoril junto aos produtores rurais.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), por meio da Superintendência de Políticas Energéticas, tem acompanhado os principais projetos em andamento no estado com o uso de eucalipto.

Eles estão concentrados em três frentes, sendo a Veolia, que utiliza biomassa de eucalipto para a geração de vapor no Polo Industrial de Marechal Deodoro, fortalecendo o setor energético; a Amaru Sustentabilidade, que atua no setor moveleiro na região da Grande Maceió; e a Caetéx, que também se destaca na produção de móveis com base em madeira de reflorestamento.

Essas iniciativas têm sido viabilizadas com o apoio do Programa de Desenvolvimento Integrado de Alagoas (Prodesin), que assegura condições competitivas e atrativas para investimentos sustentáveis no estado.

“O projeto da Veolia é, atualmente, o mais avançado em operação, pois utiliza biomassa de eucalipto para geração de vapor industrial, substituindo combustíveis fósseis e garantindo maior eficiência energética no Polo de Marechal Deodoro.

Além disso, iniciativas como Amaru Sustentabilidade e Caetéx reforçam a diversificação do uso do eucalipto em setores estratégicos da economia alagoana. Esse conjunto de ações posiciona o estado como um ambiente competitivo para projetos sustentáveis”, destacou o superintendente de Políticas Energéticas da Sedics, Bruno Macedo.

Atualmente, Alagoas soma mais de 20 mil hectares de eucalipto plantados, sendo reconhecida nacionalmente pela alta produtividade, que chega a ser uma das maiores do Brasil por hectare/ano.

O estado também se consolida como destaque em bioenergia, com uma matriz energética limpa, composta por 82% de fontes renováveis.

“Alagoas tem avançado com resultados expressivos na economia verde, seja pela expansão das florestas plantadas, pela nossa matriz energética majoritariamente renovável ou pela atração de empresas comprometidas com a sustentabilidade.


Esses avanços só são possíveis porque temos políticas públicas consistentes, como o Prodesin, que garantem segurança ao investidor e benefícios à população, com geração de emprego, renda e mais oportunidades”, afirmou a secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alice Beltrão.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Além da instalação de empresas, os plantios de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) nas atividades agropecuárias. Somente com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a estimativa é de que, em 2025, saia de 600 hectares para 1.000 hectares.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a área de produção de silvicultura em Alagoas tem registrado crescimento entre os anos de 2020 a 2022, saindo de 21.852 ha para 27.575 ha.

A média atualmente registrada é voltada para uso comercial com eucalipto, com 51 produtores registrados com plantio a partir de 3 hectares, em estudo realizado pela Veolia, líder global em gestão de água e energia sustentável e que iniciou suas atividades no estado no ano de 2021 onde se encontra o maior projeto de descarbonização do mundo realizado pela empresa.

A produção está concentrada na região Norte do estado, sendo encontrada principalmente nos municípios de Maceió (10 mil hectares), Flexeiras, Atalaia, São Luiz do Quitunde e Maragogi. Além de ter plantios da Veolia em Ibateguara, Jequiá da Praia, Penedo, Atalaia e Joaquim Gomes.

“A consciência dos produtores sobre a floresta plantada mudou nos últimos dez anos. A cultura de eucalipto, quem tem conhecimento, a silvicultura está em expansão no Brasil e hoje se tem outro tipo de manejo e tratos voltados para as florestas plantadas”, explicou o engenheiro florestal e coordenador de Silvicultura da Veolia, Marcos Rezende.