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Sefaz promove evento 'Vozes que Libertam' em alusão ao Agosto Lilás

Gabrielly Barreto
Em referência à campanha Agosto Lilás, de enfrentamento à violência contra a mulher, a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) realizou o evento “Vozes que Libertam” na última sexta-feira (15), no auditório do órgão, no centro de Maceió.
A abertura contou com a participação da secretária especial do Tesouro Estadual, Monique Assis, e do secretário especial da Receita Estadual, Francisco Suruagy, que representaram a secretária de Estado da Fazenda, Renata Santos.
Monique Assis ressaltou a importância da atenção constante para identificar e agir diante de situações de violência. “Às vezes, alguém ao nosso lado pode estar vivendo essa realidade e nós não percebemos. Hoje, temos mecanismos que protegem a mulher e podem nos ajudar a acolher quem precisa”, afirmou.
Francisco Suruagy destacou que a Sefaz assumiu o compromisso de internalizar integralmente o Protocolo Alagoas Lilás, que reúne ações e condutas voltadas à defesa dos direitos das mulheres. “Muito mais do que protocolos e formalidades, é preciso ação. Nossa Sefaz é mais forte com o protagonismo feminino, presente em secretarias, superintendências, gerências e chefias”, disse.
O primeiro painel do evento abordou o tema “Atendimento e prevenção da violência doméstica sob a perspectiva da Lei Maria da Penha”, com a participação da major Íris Dayana Queiroz de Araújo, chefe da Patrulha Maria da Penha, e da assistente social Ana Pereira, cofundadora do Instituto Feminista Jarede Viana. A mediação foi feita pela auditora fiscal da Receita Estadual, Giselle Vilela.
Ana Pereira enfatizou a necessidade de prevenção e atenção às situações de violência. “Muitas vezes, a mulher só busca ajuda quando a violência já está instalada, e as consequências são graves, físicas e emocionais. Precisamos atuar antes que a situação se agrave, promovendo proteção, informação e conscientização sobre os direitos das mulheres”.
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A major Íris Dayana citou que, muitas vezes, quando os casos chegam às autoridades, a mulher já apresenta sinais visíveis de violência física ou emocional. “É nesse ponto que percebemos a gravidade da situação. Por isso, o compromisso com a educação é tão importante. A violência não é apenas visível; ela ocorre dentro de casas, entre pessoas conhecidas, e também na comunidade e na sociedade. Não se trata apenas de dar palestras para crianças e adolescentes; é sobre nós, adultos, nos permitir entender por que as coisas aconteceram e como podemos transformar essas situações no futuro”.
A segunda mesa abordou “O papel do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) no atendimento a mulheres em municípios sem Delegacia da Mulher”.
Participaram Ana Luiza Nogueira, delegada de polícia e coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher; e Kátia Born Ribeiro, militante feminista e atual secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades). A mediação foi feita por Brenda Rocha, auditora de finanças e controle de arrecadação da Sefaz.
Kátia Born destacou que a violência não é apenas física, mas também se manifesta em cuidados distorcidos. “Muitas mulheres se submetem acreditando que precisam suportar por causa dos filhos ou da família. Conhecemos casos de mulheres que, mesmo já avós, continuam sofrendo violência. Debates como este são fundamentais para refletirmos sobre o comportamento próprio, não apenas no espaço público, mas dentro de casa, no seio da família. É nessa autorreflexão que começa a mudança”.
Ana Luiza Nogueira reforçou a relevância da discussão, especialmente durante o Agosto Lilás. “Estamos em pleno Agosto Lilás, um momento em que buscamos dar visibilidade ao enfrentamento à violência de gênero. Mas, essa luta precisa ser diária. O enfrentamento não deve se restringir à segurança pública; é essencial que haja políticas públicas preventivas e a participação da sociedade civil integrada às instituições”.
Como ouvinte, participou também Júlia Barreto, assessora da Superintendência Especial da Receita Estadual (Sure) e membro da Comissão Especial da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas (OAB/AL).

"Foi um momento muito rico, pois é extremamente valioso conversar com outras mulheres. Acredito, entretanto, que esse espaço não deveria ser exclusivo para nós; os homens também precisam estar presentes, já que na maioria das vezes são os principais atores ativos dessa violência. Ainda assim, estarmos juntas já representa um avanço. Quero finalizar reforçando a importância deste espaço, valioso para todas nós, servidoras, mulheres, mães, filhas, tias e, de forma geral, para a sociedade”, ressaltou.
Para quem quiser acessar o conteúdo, ele está disponível no YouTube da Sefaz, por meio do link: