Joyce Marques 

O Projeto Respirar, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), atendeu 280 crianças alagoanas no período de janeiro a julho deste ano. A iniciativa, executada em parceria com a Secretaria de Estado da Primeira Infância (Cria), atua para evitar o procedimento de traqueostomia em pacientes pediátricos internados em Unidades de Terapia Intensiva da Rede Hospitalar do Estado.

No período, 17 crianças foram decanuladas, ou seja, tiveram a cânula traqueal retirada após evolução clínica positiva e acompanhamento intensivo da equipe multidisciplinar. O Projeto Respirar também registrou 200 procedimentos cirúrgicos realizados ao longo do primeiro semestre.

O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, ressaltou a importância do projeto na assistência infantil. “O Respirar segue transformando vidas de crianças e suas famílias. Iremos continuar atendendo às crianças que necessitarem deste serviço, seguindo a determinação do governador Paulo Dantas”, garantiu o gestor da Sesau.

Beneficiado

Entre os pacientes decanulados está o pequeno Anthony Gabriel, de 3 anos. A mãe, Mayra Fernanda, moradora do município de Arapiraca, relata que o filho precisou de traqueostomia devido a uma lesão grave obstrutiva da via aérea. “Foram longos dias de internamento em UTI, porque ele tinha pneumonias de repetição. Nesse período, surgiu o Projeto Respirar, foi quando senti que voltaria a ter uma vida normal”, relata.

Mayra destaca, ainda, que o trabalho do Projeto Respirar foi fundamental para a recuperação integral de Anthony, que hoje possui uma vida livre da traqueostomia. “O melhor presente que o Respirar nos deu foi a decanulação do meu filho. Hoje ele é uma criança mais incluída na sociedade; ele pode correr, brincar, tomar banho de piscina”, comemorou.

Assistência Integral

O médico cirurgião torácico Wander Mattos, ressaltou que o Projeto Respirar conta com uma Linha de Cuidado, ofertada aos pacientes no Ambulatório de Vias Aéreas, localizado no Hospital da Mulher de Alagoas, em Maceió. O projeto conta com uma unidade móvel volante para promover diagnóstico aos pacientes internados em UTIs.

“Nós realizamos uma busca ativa, fazendo o diagnóstico precoce e muitas vezes evitamos a traqueostomia. Com isso, crianças que correm o risco de ser traqueostomizadas são salvas pelo projeto”, finalizou o especialista.