Alexandre Vieira

O Projeto Praça é Massa, lançado pela Autarquia de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alurb), em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Economia Solidária (Semtes) teve sua segunda edição iniciada na última terça-feira (5). Neste ano, o programa priorizou pessoas em situação de vulnerabilidade, garantindo capacitação e, em breve, autonomia pra mudar de vida.

Uma das beneficiadas foi Genilsa Gomes, moradora do Jacintinho e desempregada há mais de 6 anos. Ela conta que vinha enfrentando dificuldades em casa e que a bolsa disponibilizada pelo projeto já fez a diferença na sua vida.

"Agradeci muito a Deus quando ligaram para mim! Trouxe meus documentos e hoje estou feliz por estar aqui. Eu sou moradora de periferia e as coisas são difíceis. Quando minha filha pedia algo para comer e não tinha eu ficava destruída. Agora, ela me ligou dizendo que o valor da bolsa tinha caído na conta e a primeira coisa que fiz foi comprar tudo que ela quis comer. Ela sempre me pedia, mas eu não tinha", contou emocionada.

E completou: "Tenho duas crianças e essa é a oportunidade de ter uma renda, comprar meu gás, pagar energia, sabendo que todo mês vai cair minha bolsa. Hoje de manhã minha filha disse: "você está rica, mãe", pois ela nunca tinha visto eu comprar as coisas que ela queria comer. Vou dar o meu melhor para prosseguir no curso".

Na edição deste ano do programa, pessoas em situação de rua e residentes de abrigos também foram inscritas, com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar (Semdes). Em uma ação conjunta, cidadãos que residiam na Praça Sinimbu, no Centro da cidade, passaram a receber auxílio moradia e acompanhamento dos órgãos, sendo incluídos no Projeto Praça é Massa.

Nathally Silva, de 39 anos, foi diretamente impactada pela ação conjunta na Praça Sinimbu. Sem oportunidades, ela residia em um dos barracos de lona instalados no local.

"O curso é uma oportunidade muito grande para pessoas como eu e para outros que não tem nada na vida. Fiquei muito feliz quando caiu a bolsa pois eu nunca tive isso enquanto morei na rua. Não somente nós, que somos trans, mas todos os participantes terão a condição de ocupar o seu espaço na sociedade. Era algo que queríamos, sair da zona de conforto, do uso diário de drogas, sair das ruas e conquistar algo no mercado de trabalho", revelou.

O diretor-presidente da Alurb, Moacir Teófilo, celebra o início de mais uma edição do projeto e a possibilidade de mudança de vida dos participantes.

"Queremos que estas pessoas possam voltar ao mercado de trabalho em breve qualificadas através do curso de zeladoria. Dessa forma, tenham poder de compra para viver em harmonia e dar sustento as suas famílias. Esse resgate de cidadãos em situação de rua dá uma perspectiva positiva para a cidade e para a sociedade em si. O Projeto Praça é Massa é mais que um simples curso, é a oportunidade de devolver a dignidade de alguns participantes", afirmou.

A coordenadora geral dos Centros Pops, Fabiane Canabarro, diz que a procura foi grande e muitos ficaram interessados em partiipar do projeto. “Quando ficamos sabendo dessa iniciativa da Alurb, priorizando o nosso público, que são pessoas população em situação de rua e dos abrigos, mobilizamos os Centros POPs e fizemos um mutirão nesse período de inscrição, convidando nossos assistidos a abraçarem esta oportunidade. Todos estamos muito contentes em ver a alegria deles de iniciar esse novo momento de resgate de vida, com essa oportunidade de qualificação”, contou.

Já no primeiro dia de curso, os participantes receberam uniforme e EPIs adequados para as aulas práticas. A iniciativa tem como prioridade capacitar profissionalmente os cidadãos maceioenses de baixa renda para a reinserção no mercado de trabalho. O curso ofertado, que tem duração de 12 meses, será na área de zeladoria, hoje responsável pela limpeza e reparos nas praças da capital.