Gleycyanny Romão

Na UPA Santa Lúcia, as crianças que vão fazer exames de Raio-X contam com uma sala adequada com iluminação em LED, globos giratórios, tapete musical e ambiente sensorial e lúdico. A iniciativa tem o intuito de acalmar e direcionar o foco dos pacientes, o que torna as imagens mais precisas, sem causar estresse ou desconforto aos pequenos.

O projeto inovador foi batizado de RadInclui e ainda proporciona inclusão, além de conforto para os pequenos. Quem atesta o serviço é Gleicy Kelly, mãe de Ester Atayde, criança autista de seis anos de idade“. A iniciativa mostra que a gente consegue trazer essa criança para o nosso meio, fazer os exames e seguir uma conduta melhor para as doenças. Foi um ganho muito significativo e de grande valorização para nós pais também”, pontua ao relembrar que, em um hospital particular, durante a realização de um Raio-X do tórax, a filha dela passou por uma experiência traumatizante e cansativa que pretende ser esquecida.

Welma Santos, mãe do pequeno Richard José, sempre procura o atendimento da UPA Santa Lúcia porque a unidade de saúde fica mais perto da casa dela. Dessa vez, o filho está com muita tosse com suspeita de asma pelo pediatra. O menino foi encaminhado para fazer o exame de Raio-X. Mas desta vez, a experiência foi muito diferente.

“Dessa forma lúdica, ele vai se tornando independente para fazer o exame sozinho, sem medo. Foi diferenciado, o som, as luzes e o tapete fizeram com que ele ficasse mais à vontade e eu fiquei mais tranquila. Como eles ficam concentrados, o exame é feito com mais cuidado, nunca vi em outro lugar”, conta Welma ao destacar a tranquilidade com que o procedimento foi feito.

Monique Beltrão é supervisora de Radiologia da UPA Santa Lúcia. Ela explica que o RadInclui surgiu das necessidades de captação precisa e correta da imagem, além de reduzir os traumas e diminuir a exposição à radiação, já que em alguns casos era necessário repetir o exame.

Ela explica que no momento de captação da imagem, um LED é acionado através de controle remoto, o que chama à atenção do paciente, proporcionando uma captura fidedigna. Esse efeito visual colabora para realizar os perfis de tórax em exames infantis. Os objetos funcionam através de pilhas ou baterias portáteis e todo o processo passou por avaliação médica, comprovando que não há qualquer interferência na qualidade dos exames.

“Montamos uma força-tarefa, estudamos vários artigos para entender cada necessidade. A radiologia é um mapa interno, ter a imagem correta ajuda 70% no diagnóstico. É um orgulho dizer que esse projeto saiu da UPA Santa Lúcia com qualidade, excelência, humanização e rapidez. Até hoje a gente não teve nenhuma repetição do exame”, informa Monique.

Com a iniciativa, a Prefeitura de Maceió mostra que é possível adaptar os espaços de saúde às necessidades de todas as crianças com empatia, sensibilidade e capacitação, além de reforçar a importância de um olhar atento e sensível no atendimento pediátrico, valorizando não apenas a saúde física das crianças, mas também o bem-estar emocional. O projeto RadInclui iniciou com atendimento apenas com crianças neurodivergentes, mas logo houve a necessidade de ampliar o serviço para todo o público infantil.