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Com políticas integradas, Brasil é novamente referência mundial no combate à fome

29/07/2025
Com políticas integradas, Brasil é novamente referência mundial no combate à fome
Fotos: Iniciativas de acesso à alimentação, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tiveram papel estratégico para o Brasil sair do Mapa da Fome - Cláudio Veríssimo/MDS

O anúncio de que o Brasil está oficialmente fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), feito durante a Cúpula dos Sistemas Alimentares, nesta segunda-feira (28), em Adis Abeba, capital da Etiópia representa uma grande conquista do Governo Federal. Conquista, aliás, que é resultado da média trienal 2022/2023/2024, que colocou o país abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição — índice utilizado como referência pela FAO.

A saída do Brasil do Mapa da Fome é fruto de uma série de políticas públicas articuladas em diferentes frentes pelo Governo Federal. Programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e iniciativas de acesso à alimentação, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tiveram papel estratégico. Ao lado deles, ações estruturantes nas áreas de desenvolvimento regional, crédito rural, irrigação e apoio à agricultura familiar também contribuíram de forma decisiva.

Entre os destaques está a ampliação do acesso ao microcrédito rural por meio do novo AgroAmigo, relançado em dezembro de 2024 sob coordenação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Com mais de R$ 100 milhões já movimentados e previsão de investimento de R$ 1 bilhão até o final do ano, o programa viabiliza recursos para agricultores familiares realizarem investimentos em infraestrutura e insumos.

“O microcrédito é um instrumento decisivo que garante às pessoas das mais distintas atividades participarem do processo de desenvolvimento que o país está passando”, afirmou o ministro Waldez Góes. O novo AgroAmigo é operado pela Caixa Econômica Federal e atende públicos como assentados da reforma agrária, ribeirinhos, pescadores, indígenas e quilombolas.

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De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o recente anúncio da FAO é resultado de uma articulação ampla do Governo Federal em torno da erradicação da fome. “Entre 2023 e 2024, reduzimos em 85% o número de pessoas em insegurança alimentar grave. Agora, o resultado de diversas políticas públicas nos retira dessa trágica estatística. Esse trabalho é motivo de muito orgulho e mostra que aprendemos lições importantes, porque, no passado, levamos 11 anos para retirar o Brasil do Mapa da Fome”, destacou.

Wellington Dias lembrou que a meta estipulada pelo presidente Lula era atingir o marco até 2026. “Cumprimos antes do previsto. Nosso objetivo agora é garantir alimentação digna a 100% dos brasileiros, além de fortalecer a segurança e a soberania alimentar.”

PRODUÇÃO — Outro eixo importante para retirar o Brasil do Mapa da Fome é o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais (APLs) e das Rotas de Integração Nacional. As rotas priorizam cadeias produtivas com vocação regional — como leite, mel, castanha, pesca artesanal, agroecologia e turismo de base comunitária — e estimulam a organização da produção, o acesso a mercados e a geração de renda nas próprias comunidades.

IRRIGAÇÃO — Com foco em garantir produção constante de alimentos e reduzir os impactos de períodos de estiagem, o MIDR também atua na expansão dos Polos de Agricultura Irrigada. A iniciativa, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, já contempla 18 polos em funcionamento e busca destravar o potencial de irrigação de até 53,4 milhões de hectares no Brasil.

“Com irrigação bem planejada, conseguimos produzir mais, com menos desperdício, o ano inteiro. Isso significa comida na mesa do povo, emprego no campo e desenvolvimento nas regiões mais vulneráveis”, destacou Antônio Guimarães Leite, coordenador-geral de Sustentabilidade de Polos e Projetos de Irrigação da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica.

COMPROMISSO — A conquista brasileira foi reconhecida pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, como exemplo de políticas eficazes de combate à fome em países em desenvolvimento. Depois do anúncio, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, telefonou para Qu Dongyu. Lula celebrou a conquista do Brasil. “Para que a gente acabe com a fome e a pobreza, é preciso colocar o povo pobre no orçamento do país, no orçamento de estados e municípios”, disse. “O dia em que os governantes fizerem isso, a gente vai resolver esse problema crônico da humanidade.”

O presidente se declarou o “homem mais feliz do mundo”, mas também assumiu o papel de “soldado do Brasil, um soldado da FAO, um soldado mundial” em prol do fim da fome e da pobreza, com ou sem mandato presidencial. Para o presidente da FAO, o papel de Lula é claro: “O senhor pode ser um soldado, mas é, na verdade, um comandante-chefe.” O executivo da ONU disse que, em 2026, a FAO visitará o Brasil para conhecer experiências no combate à fome durante o Fórum CELAC, que reúne os países da América Latina e do Caribe. “Você mobiliza seus colegas e o seu povo para lutar contra a fome”, disse.

Para o Governo Federal, a retirada do Brasil do Mapa da Fome não representa um ponto final, mas um novo ponto de partida. Além de consolidar os avanços já alcançados, o governo seguirá investindo na inclusão produtiva, qualificação dos sistemas alimentares e fortalecimento das redes locais de produção e distribuição de alimentos. O Plano Brasil Sem Fome, articulado com os ministérios e estados, é o eixo central dessa estratégia.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República