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Com sarampo de volta ao Brasil, pediatra alerta para urgência da “dose zero”

29/07/2025
Com sarampo de volta ao Brasil, pediatra alerta para urgência da “dose zero”
Fotos: Ministério da Saúde recomenda aplicação da “dose zero” da vacina contra o sarampo em bebês de 6 a 12 meses

Diante do reaparecimento do sarampo no Brasil, com casos confirmados em cinco estados, incluindo dois registrados nesta semana no Tocantins, o Ministério da Saúde voltou a recomendar a aplicação da chamada “dose zero” da vacina em bebês de seis meses a menores de um ano. A preocupação ocorre devido à intensa circulação de pessoas e histórico recente de surtos. Todas as cidades de Roraima e do Amapá integram as regiões prioritárias, além de cidades nos estados do Pará, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A médica pediatra e professora do curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), Dra. Lívia Franco, reforça que a medida é preventiva e urgente: “O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas do mundo. E os bebês nessa faixa etária são justamente os mais vulneráveis a complicações graves. A dose zero é uma estratégia emergencial capaz de salvar vidas.”

De acordo com nota técnica publicada no final de maio, o Ministério da Saúde alerta para o avanço do sarampo nas Américas: até 19 de abril, foram confirmados 2.325 casos da doença na região, incluindo quatro mortes - um aumento de mais de 1.000% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido registrados 205 casos. Ao todo, a recomendação da dose zero se destina a 208 cidades.

No Brasil, até 24 de maio, foram notificados 690 casos suspeitos. Em todo o ano passado, o país somou 2.260 notificações, com o mesmo número de confirmações. Não há registro de óbitos no país, segundo o ministério.

O que é a “dose zero”?

A dose zero é uma imunização adicional, que não substitui as vacinas de rotina aplicadas aos 12 e 15 meses. Ela está indicada para crianças de 6 meses até 11 meses e 29 dias como forma de proteção precoce em regiões de risco elevado.

A recomendação leva em conta casos confirmados, baixa cobertura vacinal e potencial de entrada do vírus por aeroportos, fronteiras ou áreas com grande fluxo populacional. A Região Metropolitana de Campinas, por reunir todos esses fatores, está entre as regiões que devem aplicar a dose zero com prioridade.

“A proteção da criança começa antes do primeiro ano. É papel dos profissionais da saúde, dos pais e da comunidade garantir que a vacina chegue a quem mais precisa”, afirma Dra. Lívia.

Risco real e prevenção possível

O sarampo é uma doença de alta transmissibilidade e pode levar a complicações sérias, como pneumonia, encefalite e até óbito. A única forma de prevenção é a vacinação, que deve ser mantida com altas coberturas em todas as faixas etárias.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, apesar de avanços, o Brasil ainda não atingiu as metas ideais: em 2024, a cobertura da segunda dose foi de apenas 79,8%, quando o recomendado é acima de 95% para a chamada “imunidade de rebanho”.

Além dos bebês, adultos jovens e profissionais da saúde também devem estar com o esquema vacinal completo. Pessoas de até 29 anos precisam de duas doses; de 30 a 59 anos, uma dose é suficiente.

Sobre a especialista:

Lívia Franco é médica endocrinologista pediátrica, coordenadora pedagógica e docente do curso de Medicina da UniMAX, em Indaiatuba (SP). Graduada em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (2017), realizou Residência Médica em Pediatria no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC) e em Endocrinologia Pediátrica na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Possui MBA em Gestão em Saúde pela USP e pós-graduação em Educação Médica com foco em Metodologias Ativas (Grupo UniEduK).

Sobre UniFAJ e UniMAX

Com 25 anos de atuação e mais de 10 mil alunos formados, o Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e o Centro Universitário Max Planck (UniMAX), ambos do Grupo UniEduK, são instituições reconhecidas pelo MEC com nota máxima (5). São mais de 50 cursos nas áreas de Saúde, Humanas, Exatas, Tecnologia e Agronegócio, distribuídos entre 8 campi nas cidades de Jaguariúna e Indaiatuba, no interior de São Paulo. A estrutura inclui hospitais veterinários, centros de especialidades médicas, clínicas médicas e laboratórios modernos. O modelo de ensino é baseado em metodologias ativas de aprendizado e os cursos presenciais contam com pelo menos 50% de aulas práticas desde o início, além de certificações intermediárias nas modalidades EAD, extensão, pós-graduação e MBA.

Fonte: Assessoria