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Com sarampo de volta ao Brasil, pediatra alerta para urgência da “dose zero”

Diante do reaparecimento do sarampo no Brasil, com casos confirmados em cinco estados, incluindo dois registrados nesta semana no Tocantins, o Ministério da Saúde voltou a recomendar a aplicação da chamada “dose zero” da vacina em bebês de seis meses a menores de um ano. A preocupação ocorre devido à intensa circulação de pessoas e histórico recente de surtos. Todas as cidades de Roraima e do Amapá integram as regiões prioritárias, além de cidades nos estados do Pará, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A médica pediatra e professora do curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), Dra. Lívia Franco, reforça que a medida é preventiva e urgente: “O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas do mundo. E os bebês nessa faixa etária são justamente os mais vulneráveis a complicações graves. A dose zero é uma estratégia emergencial capaz de salvar vidas.”
De acordo com nota técnica publicada no final de maio, o Ministério da Saúde alerta para o avanço do sarampo nas Américas: até 19 de abril, foram confirmados 2.325 casos da doença na região, incluindo quatro mortes - um aumento de mais de 1.000% em relação ao mesmo período de 2024, quando haviam sido registrados 205 casos. Ao todo, a recomendação da dose zero se destina a 208 cidades.
No Brasil, até 24 de maio, foram notificados 690 casos suspeitos. Em todo o ano passado, o país somou 2.260 notificações, com o mesmo número de confirmações. Não há registro de óbitos no país, segundo o ministério.
O que é a “dose zero”?
A dose zero é uma imunização adicional, que não substitui as vacinas de rotina aplicadas aos 12 e 15 meses. Ela está indicada para crianças de 6 meses até 11 meses e 29 dias como forma de proteção precoce em regiões de risco elevado.
A recomendação leva em conta casos confirmados, baixa cobertura vacinal e potencial de entrada do vírus por aeroportos, fronteiras ou áreas com grande fluxo populacional. A Região Metropolitana de Campinas, por reunir todos esses fatores, está entre as regiões que devem aplicar a dose zero com prioridade.
“A proteção da criança começa antes do primeiro ano. É papel dos profissionais da saúde, dos pais e da comunidade garantir que a vacina chegue a quem mais precisa”, afirma Dra. Lívia.
Risco real e prevenção possível
O sarampo é uma doença de alta transmissibilidade e pode levar a complicações sérias, como pneumonia, encefalite e até óbito. A única forma de prevenção é a vacinação, que deve ser mantida com altas coberturas em todas as faixas etárias.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, apesar de avanços, o Brasil ainda não atingiu as metas ideais: em 2024, a cobertura da segunda dose foi de apenas 79,8%, quando o recomendado é acima de 95% para a chamada “imunidade de rebanho”.
Além dos bebês, adultos jovens e profissionais da saúde também devem estar com o esquema vacinal completo. Pessoas de até 29 anos precisam de duas doses; de 30 a 59 anos, uma dose é suficiente.
Sobre a especialista:
Lívia Franco é médica endocrinologista pediátrica, coordenadora pedagógica e docente do curso de Medicina da UniMAX, em Indaiatuba (SP). Graduada em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (2017), realizou Residência Médica em Pediatria no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC) e em Endocrinologia Pediátrica na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Possui MBA em Gestão em Saúde pela USP e pós-graduação em Educação Médica com foco em Metodologias Ativas (Grupo UniEduK).
Sobre UniFAJ e UniMAX
Com 25 anos de atuação e mais de 10 mil alunos formados, o Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e o Centro Universitário Max Planck (UniMAX), ambos do Grupo UniEduK, são instituições reconhecidas pelo MEC com nota máxima (5). São mais de 50 cursos nas áreas de Saúde, Humanas, Exatas, Tecnologia e Agronegócio, distribuídos entre 8 campi nas cidades de Jaguariúna e Indaiatuba, no interior de São Paulo. A estrutura inclui hospitais veterinários, centros de especialidades médicas, clínicas médicas e laboratórios modernos. O modelo de ensino é baseado em metodologias ativas de aprendizado e os cursos presenciais contam com pelo menos 50% de aulas práticas desde o início, além de certificações intermediárias nas modalidades EAD, extensão, pós-graduação e MBA.
Fonte: Assessoria