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Investir em educação para meninas: um passo essencial para o desenvolvimento sustentável

23/07/2025
Investir em educação para meninas: um passo essencial para o desenvolvimento sustentável

Por Sônia de Almeida

Quando pensamos em desenvolvimento sustentável, é comum associar o tema às inovações tecnológicas e à preservação ambiental. No entanto, há um pilar essencial, e muitas vezes invisível, que sustenta todas essas transformações: a educação. E, dentro desse universo, investir na educação de meninas é uma das estratégias mais eficazes para transformar realidades e construir sociedades mais justas e inclusivas.

De acordo com um relatório da UNESCO divulgado no ano passado, o custo para a economia global da evasão escolar e da falta de educação pode chegar a 10 bilhões de dólares por ano até 2030 — valor superior à soma dos PIBs anuais da França e do Japão juntos.

Além da questão de justiça social e equidade, investir na educação de meninas representa um impacto direto e mensurável no desenvolvimento econômico. Estudos do Banco Mundial indicam que cada ano adicional de escolaridade para uma menina pode aumentar sua renda futura em até 20%. A educação feminina também está associada a melhorias significativas em indicadores sociais, como redução da mortalidade infantil, maior participação política e diminuição da violência doméstica. O mercado global já reconhece esse potencial: empresas que apostam na diversidade de gênero e inclusão feminina reportam maior inovação e produtividade.

Organizações que atuam há décadas na promoção da educação e formação profissional de meninas e mulheres comprovam, por meio de suas experiências, o impacto positivo dessas iniciativas na transformação de vidas e comunidades. O acesso à educação de qualidade oferece às meninas ferramentas para se tornarem protagonistas do seu próprio desenvolvimento econômico e social, fortalecendo assim uma sociedade mais inclusiva, resiliente e sustentável.

Quem atua no terceiro setor tem a oportunidade de presenciar essas mudanças. Com um ensino de qualidade, meninas e mulheres tornam-se mais qualificadas para o mercado de trabalho e ampliam sua capacidade de gerar renda. Isso favorece o crescimento das economias locais e contribui para o rompimento do ciclo de pobreza em suas comunidades. Quando uma menina avança, toda a comunidade avança com ela. O desenvolvimento deixa de ser apenas individual e se transforma em um movimento coletivo, com impacto de longo prazo.

No entanto, para que esse potencial se concretize, é preciso ir além do discurso e investir, de fato, em políticas públicas eficazes, parcerias com a iniciativa privada e no fortalecimento de organizações da sociedade civil que atuam na linha de frente dessa transformação. Oferecer uma educação integral, que um conhecimento acadêmico, formação humana e preparação para o mundo do trabalho, é o caminho mais sólido para garantir que essas meninas se tornem protagonistas de suas próprias histórias.

O impacto da educação vai muito além da sala de aula: traduzir-se em autonomia, autoestima, liderança e na construção de novas referências para futuras gerações. As famílias se fortalecem, as comunidades se transformam e a sociedade se torna mais equilibrada e sustentável.

O investimento na educação desse público não pode ser colocado em segundo plano. Pelo contrário, deve estar no centro das decisões de governos, empresas e instituições comprometidas com um futuro mais justo. Como sociedade, temos a responsabilidade de criar caminhos onde todas as meninas possam aprender, crescer e liderar. Porque, quando investimos nelas, estamos, na verdade, investindo no futuro de todos nós. Só assim construiremos um amanhã cheio de possibilidades.

* Sonia de Almeida , Diretora Executiva da Afesu

Sobre Afesu

Fundada em 1963, a Afesu (Associação Feminina de Estudos Sociais e Universitários) é uma organização sem fins lucrativos que promove a inclusão social de meninas e mulheres por meio da educação. Com cursos 100% gratuitos, voltados para alunos de 7 a 25 anos, a instituição oferece formação integral, apoio escolar, qualificação profissional e desenvolvimento socioemocional. Com unidades em regiões vulneráveis nas cidades de São Paulo — Jardim Taboão, Vila Missionária e Cotia —, a instituição já atendeu mais de 15 mil pessoas, impactando diretamente e indiretamente cerca de 60 mil pessoas.

A Afesu mantém uma sólida rede de parcerias com mais de 50 empresas e instituições — como WEG, Porto, Craft, Schneider Electric, Instituto Ambikira — que colaboram para a formação humana e iniciação profissional das beneficiárias. A organização também já recebeu diversos reconhecimentos pelo seu impacto social e pela sua contribuição à educação de qualidade e equitativa no Brasil.

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