Por Sarah Azevedo

Realizar ações que contribuem para um envelhecimento ativo e com qualidade de vida é o propósito do Sesc Integrar, projeto desenvolvido pelo Sesc Alagoas que promove atividades externas à valorização do conhecimento, da convivência e dos direitos das pessoas idosas. Destinado aos participantes do Trabalho Social com Grupos (TSG), o projeto tem transformado rotinas e fortalecido os laços sociais entre os envolvidos. Mais do que atualização, a proposta busca a construção de um envelhecimento digno, participativo e significativo.

O Sesc Integrar acontece em Maceió, com oficinas sistemáticas realizadas nas unidades Poço e Guaxuma, e oferece espaços de convivência nos quais os participantes podem compartilhar saberes, estimular a cognição (processos mentais), desenvolver a psicomotricidade (relação entre corpo e mente) e se informar sobre seus direitos. Entre as atividades desenvolvidas, destacam-se as reuniões de grupo, as já mencionadas oficinas, os encontros sociais dançantes (realizados na última quinta-feira de cada mês) e eventos especiais, como os seminários alusivos ao Dia Internacional da Pessoa Idosa e ao Dia Internacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa.

Segundo a assistente social do Sesc, Luciana Figueredo, atualmente o projeto oferece quatro oficinas: karatê, argila, psicomotricidade e ginástica com dança. Para o segundo semestre deste ano, está prevista a implementação de uma nova, de desenho e pintura, ampliando ainda mais a variedade de atividades oferecidas.
A aposentada Ronalda da Silva encontrou na oficina de argila uma oportunidade de aprender algo novo. Viúva desde os 27 anos, Ronalda criou sozinha cinco filhos, atuando como feirante por quase 30 anos. Trabalhando seis dias por semana, reservava os domingos para cuidar dos afazeres domésticos, uma rotina intensa que pouco permitia momentos de lazer.

Hoje, aos 83 anos e convivendo com a doença de Parkinson, ela busca desfrutar o tempo com atividades que lhe tragam alegria e bem-estar. “Eu achei que não fosse conseguir fazer nada na aula e, de repente, surgiu uma jarrinha, um pratinho... Senti que foi uma vitória, que aprendi alguma coisa. Satisfez o meu ego. A gente tem que buscar fazer alguma atividade, se esforçar e aprender a viver. Cada dia a gente aprende algo novo, e isso faz muito bem”, conclui.

Colega de Ronalda na oficina de argila, a também apresentada Nelídia Balbino, de 71 anos, viu na atividade uma forma de preencher o tempo e manter a mente ativa. “Depois que eu me aposentei, eu não tinha nada pra fazer, vivia entediada. Não tinha mais vontade de sair de casa, não tinha mais vontade de fazer nada. Aí umas amigas me falaram sobre o TSG e eu comecei a participar. A oficina de argila tira meu estresse. As atividades que eu faço são ótimas pra eu não ficar parado, nem ficar em casa sozinho”, contornou.

De acordo com Sandra Athayde, assistente social do Sesc Alagoas, os resultados do projeto têm sido bastante positivos. "A cada ano, a procura por escritórios externos para esse público aumenta, e o projeto cresce, promovendo melhorias na qualidade de vida e no bem-estar dos participantes. Observamos avanços na saúde emocional e motora, no aumento da resistência física, o que contribui para a prevenção de quedas, na redução do isolamento social e na construção de uma vida mais ativa e inclusiva", afirmou.

Com iniciativas como o Sesc Integrar, o Sesc Alagoas reafirma seu compromisso com a valorização da pessoa idosa, promovendo um veículo mais ativo, digno e cheio de significado. O projeto segue em expansão, levando bem-estar, afeto e novas possibilidades para quem, mesmo com o passar do tempo, não perdeu a vontade de aprender e viver plenamente.