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Aporte internacional incrementa orçamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste em R$ 1,6 bilhão

O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) contará com um novo aporte de recursos, ampliando a disponibilidade de crédito para o setor produtivo com atividades na área de atuação da Sudene. O fundo regional, que é instrumento de financiamento exclusivo da Autarquia para projetos estruturantes, receberá US$ 300 milhões (pouco mais de R$ 1,67 bilhão) negociados junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A aprovação foi confirmada na 180ª Reunião da Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), do Ministério do Planejamento e Orçamento. Os recursos estarão disponíveis em 2026.
“A busca por novas fontes de recursos amplia as possibilidades da Sudene para diversificar os segmentos já atendidos pelo FDNE”, comentou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.
A medida faz parte de uma estratégia da Sudene e do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para ampliar a base financeira do FDNE, que inclui negociações em curso com outras instituições multilaterais. Entre elas, destaca-se o entendimento com o New Development Bank (NDB), para um aporte estimado em US$ 300 milhões (R$ 1,67 bilhão), e com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que poderá liberar até € 100 milhões (R$ 646,31 milhões). Também há tratativas com o Banco Mundial visando a captação de US$ 500 milhões (R$ 2,78 bilhões), a serem compartilhados entre as três superintendências regionais (Sudene, Sudam e Sudeco).
A entrada dos recursos em moeda estrangeira ocorrerá por meio do Tesouro Nacional, responsável por operacionalizar o crédito externo. O valor será posteriormente descentralizado, em reais, para os fundos regionais sob gestão das superintendências de desenvolvimento, permitindo o reforço imediato da capacidade de financiamento já no exercício do ano que vem.
Relevância
O FDNE tem sido responsável pelo financiamento de empreendimentos considerados estruturantes para o desenvolvimento regional. É o caso da Ferrovia Transnordestina – maior projeto de infraestrutura logística da região, com R$ 4,8 bilhões já desembolsados pelo fundo.
Outra iniciativa de destaque é a fábrica da Stellantis, em Goiana (PE), que recebeu R$ 1,96 bilhão do fundo, equivalente a 27,1% do investimento total na planta, considerada a mais moderna do grupo na América Latina. O complexo automotivo emprega mais de 14 mil profissionais. O FDNE tem participação, ainda, em projetos de esgotamento sanitário, geração de energia por meio de fontes eólica e solar e equipamentos de turismo.
O FDNE pode financiar até 80% do valor total do projeto, a depender do setor da economia e da localização dos empreendimentos. Os prazos para quitação são de até 20 anos para projetos de infraestrutura e até 12 anos para os demais segmentos, incluindo o período de carência.
As conversões monetárias consideraram cotação do Banco Central em 17/07/2025 para o dólar dos EUA (R$ 5,5731) e do euro (R$ 6,4631).
Ascom Sudene