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Ufal conquista aprovação inédita de dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) alcançou um marco importante com a aprovação de dois projetos na maior chamada pública já realizada para os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A conquista consolida a Ufal como instituição de referência nacional em pesquisa científica e tecnológica, com atuação em áreas estratégicas para o país: a agricultura sustentável e a inclusão educacional por meio da inteligência artificial.
A chamada de 2024 contemplou 143 propostas em todo o Brasil, graças a um investimento recorde de R$ 1,63 bilhão, superando em 20% os resultados preliminares e em mais de cinco vezes os recursos da última edição. A taxa de aprovação também subiu de 23% para 27,5% das propostas recomendadas. Pela primeira vez, a Ufal teve dois projetos próprios selecionados para ser sede dos INCTs.
O reitor Josealdo Tonholo celebrou o feito. "Agora a Ufal integra uma rede nacional para o fortalecimento da pesquisa científica e tecnológica do país! É motivo de grande orgulho termos dois INCTs sediados em campi diferentes da Universidade, com expressiva relevância acadêmica e impacto social. Parabenizo os pesquisadores e destaco o apoio essencial do governo de Alagoas, da Fapeal [Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas] e da Secti [Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação] para viabilizar esse resultado", comemorou Tonholo
INCT Bioinovações para Agricultura Sustentável
Coordenado pelo professor Antonio Euzebio Goulart Santana, o projeto aprovado com nota 9,72 e aporte de R$ 8,9 milhões, será sediado no Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Ufal, sediado em Rio Largo. A proposta reúne cerca de 20 instituições, entre elas 18 universidades e a Embrapa, e busca desenvolver soluções tecnológicas sustentáveis com base na ecologia das interações e comunicação química entre espécies.
Entre as inovações previstas estão o uso de semioquímicos para manejo integrado de pragas, biopesticidas à base de óleos essenciais e microrganismos nativos, além de armadilhas inteligentes e biossensores. O projeto também aborda os impactos do antropoceno nos agroecossistemas, como poluição, uso intensivo de inseticidas e mudanças climáticas, buscando criar alternativas viáveis para uma agricultura mais segura, produtiva e ambientalmente responsável.
O professor Euzebio comemorou a aprovação. "Projetos dessa envergadura mostram o amadurecimento da Ufal e o reconhecimento da nossa capacidade científica. Estamos liderando uma iniciativa robusta que forma pessoal, desenvolve produtos e amplia a atuação da instituição no campo da ecologia química. Isso é muito importante para o nosso programa de pós-graduação em proteção de plantas e para a afirmação do Ceca como polo de excelência", afirmou.
INCT IA.Edu – Instituto Nacional de Inteligência Artificial na Educação Desplugada
Com nota 9,65 e financiamento de R$ 10,5 milhões, o segundo projeto aprovado é liderado pelo professor Ig Ibert Bittencourt, do Instituto de Computação e do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (Nees) da Ufal. O IA.Edu tem como foco o desenvolvimento de tecnologias em inteligência artificial voltadas à educação em contextos com baixa ou nenhuma conectividade, beneficiando populações historicamente excluídas do processo digital.
A proposta alia inovação tecnológica com compromisso social e tem como meta gerar impacto real na inclusão educacional brasileira. O projeto fortalece parcerias interinstitucionais, atrai novos investimentos para a região e estimula a formação de pesquisadores altamente qualificados.
"A aprovação desse INCT representa um marco importante para a Ufal, pois posiciona a instituição como referência nacional em pesquisa voltada à inclusão educacional. Trata-se de uma iniciativa estratégica, que reafirma nosso papel no enfrentamento das desigualdades e no avanço da ciência aplicada à realidade brasileira", destacou a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, professora Iraides Pereira Assunção.
Maior edital da história dos INCTs
O programa INCT, criado em 2008, é uma das mais importantes ações de fomento à ciência no Brasil, promovendo redes interinstitucionais e interdisciplinares de pesquisa com alto impacto nacional e internacional. A edição de 2024 contou com a participação inédita de cinco novas fundações estaduais, entre elas a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), e superou o limite mínimo de 30% dos recursos destinados às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O resultado representa não apenas um avanço quantitativo, mas uma mudança qualitativa no cenário da ciência brasileira. “Esse é um dos programas mais fundamentais da ciência brasileira. A robustez desta chamada, viabilizada pela parceria entre FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], FAPs [Fundações de Amparo à Pesquisa], Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] e Ministério da Saúde, é um sinal claro de fortalecimento da pesquisa no país”, afirmou o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, em entrevista para o portal do CNPq
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Ascom Ufal