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Hospital Moinhos de Vento melhora qualidade de vida e reduz custos com modelo de cuidado baseado em desfechos clínicos

Um modelo de cuidado centrado no paciente, com base em desfechos clínicos e qualidade de vida, vem promovendo mudanças estruturais na forma de tratar e acompanhar doenças graves no Brasil. Pioneiro na implementação da metodologia do International Consortium for Health Outcomes Measurement (ICHOM) no país, o Hospital Moinhos de Vento reduziu a mortalidade e as taxas de readmissão de pacientes com insuficiência cardíaca, além de obter resultados altos de melhoras na qualidade de vida.
A iniciativa faz parte de um programa de longo prazo implantado há mais de sete anos, que já acompanhou mais de 12 mil pacientes em 11 condições de saúde, entre elas acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, câncer de mama, câncer de próstata e osteoartrite de joelho e quadril. O projeto segue a metodologia ICHOM que combina dados clínicos e relatos diretos dos pacientes para avaliar a efetividade dos cuidados de forma contínua, do momento da alta hospitalar até vários anos após o tratamento.
Na área de insuficiência cardíaca, o Hospital Moinhos de Vento coordenou a criação dos primeiros padrões nacionais de avaliação de desfechos para a doença no Brasil. Os resultados mais recentes apontam quedas nas taxas de mortalidade e de readmissões hospitalares. As readmissões em 30 dias reduziram de 13-15% nos primeiros anos a 7,5% em 2024, impulsionadas pela atualização da via crítica da doença, fortalecimento da equipe multidisciplinar integrada e criação de uma cultura de educação ativa para o paciente.
Além disso, os pacientes passaram a relatar melhora na qualidade de vida, com incremento de 10 pontos, onde varia de 0 (pior estado de saúde) a 100 (melhor estado de saúde), de acordo com avaliações do Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ), um dos instrumentos reconhecidos internacionalmente para medir desfechos clínicos a partir da perspectiva do paciente. Um ganho de 10 pontos indica uma melhora substancial e perceptível para o paciente em relação aos sintomas, função física, qualidade de vida e status social relacionado à insuficiência cardíaca.
Na área de AVC, os avanços também se destacam. O Hospital Moinhos de Vento foi um dos responsáveis por coordenar o desenvolvimento do conjunto internacional de padrões para avaliação de desfechos em AVC do ICHOM. Tratam-se de indicadores clínicos e funcionais definidos como os mais importantes pelos pacientes, aplicáveis a qualquer instituição de saúde. A implementação começou em 2015 e, atualmente, está em fase de expansão. Para isso, o hospital está implantando um software que permite a coleta estruturada de dados durante a internação e no acompanhamento pós-alta, facilitando a identificação das necessidades dos pacientes e o feedback personalizado. A ferramenta permite acompanhar os dados por região, hospital e tipo de condição.
Isso possibilita que gestores e autoridades de saúde – incluindo o Ministério da Saúde – monitorem indicadores como tempo, porta-agulha, mortalidade, funcionalidade e forma de chegada ao hospital (ambulância ou familiar), tanto no Moinhos de Vento quanto em outras instituições do país. Além disso, o Moinhos conduziu um estudo de custos que demonstrou como melhores desfechos clínicos estão diretamente associados à redução de despesas, evidenciando que investir em tratamentos mais eficazes pode, no médio prazo, gerar também economia para o sistema de saúde.
Para escalar o modelo, foi criada uma equipe dedicada exclusivamente à coleta de dados, com integração entre prontuário eletrônico, sistemas inteligentes de triagem e ferramentas como WhatsApp, e-mail e telefone ou pessoalmente, com linguagem acessível e acompanhamento ativo. Isso permitiu mapear padrões, entender gargalos e, sobretudo, ouvir a experiência vivida pelos pacientes em cada etapa da jornada de cuidado.
Do ponto de vista tecnológico, o hospital integrou soluções como Mindify e Promptly, que garantem compatibilidade com diferentes sistemas e adaptabilidade para múltiplas condições clínicas. Também iniciou o uso experimental de inteligência artificial (IA) para automatizar a leitura de registros médicos e a extração de informações clínicas. A expectativa é que, nos próximos anos, a IA permita expandir a cobertura do modelo, otimizando recursos e acelerando a análise de dados. Atualmente, no entanto, o processo ainda depende de uma equipe especializada e funciona em paralelo ao prontuário eletrônico.
Para Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento, os aprendizados do projeto vão além dos indicadores. “Fizemos essa escolha mesmo sem incentivos imediatos. Acreditamos que o sistema de saúde precisa mudar e que os hospitais devem assumir o protagonismo. Criar uma estrutura robusta de dados, com visão de longo prazo, só é possível quando há liderança clínica e institucional comprometida com a transformação”, afirma.
Segundo ele, poucos hospitais no Brasil têm estrutura e cultura para analisar dados com profundidade. Por isso, uma das frentes do Moinhos é justamente formar e apoiar outras instituições. Com base no conhecimento acumulado nos últimos anos, o hospital contribuiu com o desenvolvimento do programa global de Certificação de Centros de AVC para a Organização Mundial do AVC, inicialmente implementado no Brasil e em outros países da América Latina e atualmente em outras regiões do mundo.
O processo inclui avaliação do hospital candidato, análise da equipe, revisão de protocolos clínicos, tratamentos e métricas de qualidade. A coleta de resultados reportados pelos pacientes é parte fundamental do modelo, e diversos estados já utilizam a certificação como ferramenta para aprimorar a qualidade do atendimento. Além disso, o Moinhos passou a oferecer suporte técnico ao Ministério da Saúde em projetos voltados à avaliação de valor no SUS.
Paralelamente, junto com a Mindify, o hospital desenvolveu um software voltado à atenção primária, com potencial de aplicação em diversas doenças crônicas. A solução utiliza painéis integrados aos prontuários para emitir alertas quando um paciente apresenta resultados clínicos fora dos parâmetros. O sistema aciona automaticamente enfermeiros, profissionais de navegação clínica ou até o próprio paciente, recomendando consultas ou novas intervenções.
Sobre o Hospital Moinhos de Vento
Com o propósito de cuidar das pessoas, integrando assistência, pesquisa e educação, o Hospital Moinhos de Vento, fundado em 1927, foi o segundo hospital do país acreditado pela Joint Commission International (JCI), sendo reacreditado pela oitava vez consecutiva em 2023. Possui um dos parques robóticos multiplataforma mais diversificados da América Latina. É referência nacional em práticas sustentáveis no setor hospitalar, sendo a primeira instituição do Brasil a construir, em seu complexo, uma Central de Transformação de Resíduos. É um dos seis de referência do Brasil segundo o Ministério da Saúde e o único fora do eixo-SP a integrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Melhor hospital da Região Sul e quarto melhor hospital do País, de acordo com a revista Newsweek, e melhor empresa do País no segmento Saúde no Anuário Época Negócios. Recentemente, o Hospital Moinhos de Vento conquistou mais dois importantes reconhecimentos na América Latina: foi eleito pela Latam Business Conference o terceiro melhor do continente e o segundo melhor do Brasil no Top Ranking Latam Best Hospitals. Em outro ranking, elaborado pela Intellat, Moinhos foi o segundo melhor da América Latina em telemedicina e experiência do paciente. É referência nacional em práticas sustentáveis no setor hospitalar, sendo a primeira instituição do Brasil a construir, em seu complexo, uma Central de Transformação de Resíduos. Também conta um dos parques robóticos multiplataforma mais diversificados da América Latina. Saiba mais no nosso site e nos siga no LinkedIn e Instagram.
Ascom Hospital Moinhos de Vento