Ana Flávia Oliveira (*)

Perder o histórico escolar pode ser um grande obstáculo para quem busca um novo emprego, ingressar em uma universidade ou até mesmo participar de um concurso público. Em Alagoas, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) está na vanguarda da desburocratização, oferecendo um serviço essencial que orienta a população sobre como emitir e validar esses documentos cruciais, mesmo quando a instituição de ensino já não existe mais.

A iniciativa da Seduc Alagoas, por meio da sua 1ª Gerência Regional de Educação (GEE), é um alívio para muitos alagoanos que se deparam com essa situação, especialmente quando suas antigas escolas fecharam as portas ou mudaram de nome. O inspetor Edvaldo Galdino, responsável por atender diariamente a esses pedidos, ressalta a complexidade do trabalho.

"Hoje temos cerca de 470 escolas estaduais com acervos guardados. Só que muitos são físicos, antigos, e isso exige um trabalho minucioso de busca".

Como funciona?

Para escolas particulares ativas, a solicitação deve ser feita diretamente na secretaria da própria instituição de ensino. E as escolas particulares ou públicas já extintas, a rota é a 1ª Gerência Regional de Educação da Seduc Alagoas.

Para isso é necessário ter em mãos: nome completo, nome da escola e ano de conclusão (mesmo que estimado), documentos pessoais e, se possível, uma foto 3x4 e qualquer outro dado que possa facilitar a localização do acervo.

Com essas informações, a equipe da Seduc preenche uma solicitação oficial e inicia a busca nos vastos acervos.

Desafios dos acervos

Apesar dos avanços tecnológicos, uma parte significativa dos registros históricos em Alagoas ainda está em papel, guardada fisicamente em caixas.

"Imagina 180 acervos de escolas, alguns com quase 40 anos de documentos acumulados... não é uma busca simples", destaca Edvaldo Galdino, evidenciando o esforço da equipe da Seduc Alagoas para preservar essa memória educacional.

Por essa razão, a precisão nas informações fornecidas pelo solicitante é vital. Casos em que o aluno lembra poucos dados – como ano, turma ou turno – podem tornar a investigação mais demorada e complexa.

Prazos e demandas

O prazo máximo para a emissão ou validação do histórico é de até 30 dias úteis. No entanto, a agilidade do serviço da Seduc permite que, em casos mais simples – com dados completos e acervo recente ou bem organizado –, a entrega possa ocorrer até no dia seguinte.

É importante notar que, em períodos de maior demanda, como os meses de maio, junho e julho (época de matrículas) ou de outubro a janeiro (concursos e rematrículas), o setor da Seduc pode receber até 60 solicitações por dia, demonstrando a relevância e a procura pelo serviço em Alagoas.

Históricos incompletos

Muitas vezes, o histórico escolar está fragmentado, como no exemplo de alunos que concluíram o ensino médio em uma escola, mas cursaram o ensino fundamental em outra, e a documentação não foi integralmente transferida.

"Às vezes a pessoa estudou o 1º e 2º ano em uma escola, e o 3º ano em outra. Só que o histórico nunca foi entregue à nova escola. Aí a gente precisa complementar esse percurso escolar antes de emitir o documento completo", explica Edvaldo.

Nestes casos, mesmo que a escola anterior esteja fechada, a equipe da Gerência da Seduc Alagoas abre uma nova solicitação e entra em contato com arquivos e instituições responsáveis para reconstruir o histórico completo, garantindo que nenhum alagoano seja prejudicado pela falta de documentação.

Atendimento e localização

O atendimento para emissão e validação de históricos escolares em Alagoas é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h e das 13h às 18h. O serviço está disponível diretamente na 1ª Gerência Regional de Educação, localizada na rua Epaminondas Gracindo, 238, Pajuçara, em Maceió.

Com uma equipe dedicada de sete inspetores, o setor da Seduc não só atende às demandas da comunidade, mas também às necessidades das próprias escolas da rede estadual, consolidando a importância do serviço para a educação alagoana.

(*) Estagiária sob supervisão