Geral

Meu imóvel foi a leilão, e agora? Saiba como reverter a penhora

30/05/2025
Meu imóvel foi a leilão, e agora? Saiba como reverter a penhora
Fotos: O advogado Raphael Medeiros explica como evitar os mecanismos que acarretam em um leilão

Em 2024, mais de 50 mil imóveis foram leiloados pela Caixa Econômica Federal, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. O crescimento dos imóveis em situação irregular acontece devido a inadimplência em financiamentos, dívidas judiciais e não pagamento de impostos, além de dívidas de condomínio, falência da empresa proprietária e, até mesmo, falta de pagamento de pensão alimentícia.

Mas como reverter a ordem que determina que um imóvel vá à leilão?

De acordo com o advogado Raphael Medeiros, do GMP | G&C Advogados Associados, a situação nem sempre é definitiva. “O ordenamento jurídico brasileiro oferece mecanismos para reverter ou, ao menos, mitigar os efeitos de um leilão, especialmente quando há irregularidades no processo”, diz. O primeiro passo é identificar se o leilão é judicial ou extrajudicial, ou seja, se ocorre em um processo na justiça - como execuções fiscais ou trabalhistas, ou se é relacionado a financiamentos com garantia de alienação fiduciária, aqueles realizados por instituições financeiras sem intervenção direta do Judiciário. A distinção é crucial, pois determina os procedimentos legais cabíveis para contestação.

“O segundo passo é checar se existem irregularidades. O devedor deve ser formalmente informado sobre a dívida e o leilão. A ausência dessa comunicação pode anular o processo. Se o bem for vendido por valor muito abaixo do mercado (preço vil), é possível contestar a arrematação. E o edital do leilão deve conter informações precisas sobre o imóvel, dívida e condições de venda. Omissões ou erros podem ser motivos para anulação”, destaca Medeiros.

Dependendo do estágio do leilão e das irregularidades identificadas, podem ser propostas ações anulatórias, embargos a arrematação e até mesmo uma ação revisional. Outro ponto é realizarantes ou mesmo após o leilão, uma tentativa de negociação com o credor. Instituições financeiras, por vezes, preferem acordos amigáveis à complexidade de processos judiciais. A regularização da dívida pode suspender ou até reverter o leilão.

“Os prazos para contestar um leilão são curtos. Por isso, ao tomar conhecimento da situação, é preciso procurar imediatamente um advogado especializado em direito imobiliário. Esse profissional avaliará o caso, identificará possíveis ilegalidades e orientará sobre as medidas mais adequadas para proteger seu patrimônio”, detalha.

Embora a perda de um imóvel em leilão seja uma situação delicada, o sistema jurídico oferece caminhos para contestação e reversão, especialmente quando há falhas no processo. “A chave está na rápida identificação de irregularidades e na busca por assessoria jurídica especializada. Com orientação adequada, é possível lutar pela recuperação do bem ou, ao menos, minimizar os prejuízos decorrentes do leilão”, completa o especialista.


Fonte: Assessoria