Arnaldo Santtos

Como parte das ações da Semana da Enfermagem, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) promoveu, na noite desta quarta-feira (14), um curso sobre Regulação Médica e Atendimento a Situações de Urgência e Emergência em Saúde Mental. A capacitação, organizada pelo Núcleo de Educação Permanente (Nep) do Samu Maceió, ocorreu no auditório da unidade e foi destinada para médicos, enfermeiros e rádio-operadores.

Durante o curso, foram abordados temas como os fluxos da Rede de Urgência e Emergência, o papel do médico regulador, os aspectos legais do atendimento a pacientes com agravos mentais e as orientações de abordagem segura e acolhedora. Também foi discutida a legislação vigente, especialmente a Portaria nº 2048/2002, que regulamenta o atendimento pré-hospitalar no país.

A coordenadora geral do Samu Maceió, enfermeira Beatriz Santana, ressaltou a importância da formação contínua dos profissionais: “O atendimento a pessoas com transtornos mentais deve ser feito com técnica, respeito e dignidade. Por isso, promovemos esse curso: para que nossos profissionais estejam preparados para oferecer um atendimento acolhedor e assertivo, respeitando o sofrimento psíquico de cada cidadão”, afirmou.

O curso também trouxe à tona discussões sobre o destino mais adequado para pacientes psiquiátricos, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou o Hospital Escola Portugal Ramalho, referência em saúde mental. Os palestrantes alertaram sobre a necessidade de conhecer os fluxos corretos para encaminhamento dos pacientes, respeitando as normas legais e éticas.

“É fundamental que os profissionais conheçam os aspectos legais que envolvem o atendimento em saúde mental, como o Código de Ética Médica e as resoluções dos Conselhos de Medicina. Esse conhecimento garante mais segurança jurídica e melhor qualidade assistencial”, alertou o médico Rodrigo Nicácio, um dos instrutores do curso.

A médica socorrista do Samu, Myra Leão, que participou da formação, destacou o valor da atualização constante. “A capacitação em saúde mental é essencial para que médicos reguladores e intervencionistas lidem, melhor, com a crescente demanda de forma técnica e empática. Isso reduz estigmas, melhora a segurança do atendimento e favorece um cuidado mais humanizado e conectado com a rede”, falou.

Humanizado

O curso também discutiu abordagens adequadas em situações de risco, como tentativas de suicídio, surtos psicóticos, agressividade ou alucinações. A equipe deve estar atenta à linguagem corporal, manter uma postura acolhedora e estimular o paciente a se expressar sem julgamentos.

O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, elogiou a iniciativa do Samu. “A saúde mental tem sido uma das nossas prioridades diante do aumento expressivo de atendimentos psiquiátricos nas unidades de saúde. Cursos como esse são estratégicos para garantir um atendimento mais humanizado, seguro e integrado à rede”, afirmou.

Os convidados para ministrar o curso foram os médicos Rodrigo Nicácio e Raphael Carvalho, do Samu, e o psiquiatra Diogo Lira, do Hospital Escola Portugal Ramalho.

Ascom Samu