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Pesquisador alerta que aprendizagem em cursos EAD com conceitos baixos no Enade está em risco

11/05/2025
Pesquisador alerta que aprendizagem em cursos EAD com conceitos baixos no Enade está em risco
Fotos: Em apresentação para gestores de IES, Alexandre Nicolini diz que reputação do curso será seriamente comprometida se a avaliação da aprendizagem não atender ao Padrão Mínimo de Desempenho (PMD) | Divulgação

O pesquisador e consultor em gestão acadêmica, design curricular e avaliação do ensino superior, Alexandre Nicolini, afirmou na última quarta-feira (7), em Curitiba, para uma plateia formada por mantenedores e gestores de IES, que “todos os cursos avaliados pelo Enade abaixo do Padrão Mínimo de Desempenho (PMD) estão seriamente em risco regulatório e ameaçados de ter uma má reputação no mercado de trabalho”.

Nicolini participou de uma mesa redonda sobre rankings de EAD, no 30º CIAED (Congresso Internacional ABED de Educação a Distância), na qual mostrou que “o MEC está avaliando com mais rigor e método os cursos superiores e uma avaliação que fiz dos resultados do Enade mostra que 68,2% dos estudantes em cursos de Pedagogia no EAD se formam em IES que estão abaixo do PMD”. Segundo o pesquisador, “o impacto crítico é que apenas os cursos que estão acima desse padrão mínimo poderão se posicionar como uma referência segura para as famílias mais exigentes”. 

Acesse aqui o material completo que Nicolini apresentou no 30º CIAED.

Sobre o impacto da utilização dos microdados de avaliação na confecção dos rankings de uma IES, Nicolini afirmou que “esse tipo de aferição é importante para identificar métodos e protocolos pouco eficazes de aprendizagem, para reformular processos e produtos em busca de melhores resultados, para adotar critérios universais que permitem o diálogo e cooperação entre os atores da educação, pois a contínua publicação de resultados induz a IES a desejar permanecer no topo ou subir”.

Alexandre Nicolini destacou, entre as mudanças no processo de avaliação do MEC, que “haverá provas distintas para Tecnólogos, Bacharelados, Licenciaturas e Medicina, mas o Enade das Licenciaturas e o da Medicina (que também servirão como PND e Enamed) terá mês específico; além disso, as questões de Formação Geral terão itens direcionados e contextualizados por área. A novidade de 2025 é a utilização da Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia para correção que valoriza positivamente os desempenhos mais consistentes, mesmo com o mesmo número de acertos dos demais”, afirmou.

O pesquisador e consultor disse também que os referenciais atuais de qualidade da EAD e do presencial mostram que ambas as modalidades estão aquém do esperado numa formação consistente. Os instrumentais atuais “não discriminam mais as IES boas das frágeis, as mesmas dificuldades de supervisão de estágio se verificam no presencial, e o preconceito com a EAD impede mesmo seus melhores estudantes de acessar o Mais Professores”.

Segundo Nicolini, “é importante as IES planejarem e gerirem a aprendizagem dos cursos de EAD por meio de microdados, utilizando-os na avaliação dos processos de ensino-aprendizagem, bem como que coordenadores e Núcleos Docentes Estruturantes (NDE) possam operacionalizar e fazer devolutivas dos resultados da avaliação para professores e tutores, a fim de acelerar e consolidar os resultados da avaliação de seus estudantes e concluintes. Essa é a receita de melhores performances”, finalizou.

Sobre Alexandre Nicolini

Doutor em Administração pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com estágio de doutoramento na Paris IX, Mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Administrador de Empresas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Design Curricular e Avaliação de Aprendizagem, desenvolve metodologias de trabalho e programas de formação para IES que sintetizam sua experiência como pesquisador e orientador no stricto sensu e como gestor acadêmico, inclusive como reitor. Foi também avaliador ad hoc do Ministério da Educação (MEC) e líder de pesquisa na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD).

Participa da construção das políticas públicas de avaliação do ensino superior desde 1996, tendo orientado com sucesso diversos clientes a alcançar os melhores resultados, além de fazer palestras inspiradoras e ministrar oficinas práticas para dirigentes, coordenadores, professores e estudantes em IES de todas as regiões do Brasil. Em sua atuação, publicou mais de 60 artigos científicos sobre o ensino superior, que geraram mais de 800 citações, cujas referências podem ser consultadas em Link

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