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Psicóloga dá 5 dicas de suporte às crianças que enfrentam o abandono paterno
O abandono paterno é um problema social que tem profundas implicações na vida das crianças e adolescentes. A ausência de uma figura paterna pode desencadear uma série de desafios emocionais, sociais e psicológicos que impactam o desenvolvimento e o bem-estar dos filhos de formas significativas.
A psicóloga e coordenadora acadêmica da Faculdade Anhanguera, Gabriela Leite, explica que o abandono paterno ocorre quando o pai se ausenta voluntariamente da vida do filho. Essa ação pode trazer diversas implicações psicológicas e até mesmo jurídicas no Brasil, que afetam tanto o direito civil quanto o direito de família.
No contexto da psicologia, Gabriela ressalta, que as consequências desse tipo de abandono variam de acordo com a idade da criança, o contexto familiar e o tipo de suporte emocional que é oferecido.
Entre os principais problemas, segundo a psicóloga, estão: a dificuldade em manter relacionamentos íntimos e uma tendência a evitar compromissos, baixa autoestima, insegurança e medo de rejeição.
“A indicação desses sinais podem ser o resultado desse problema e diz respeito à necessidade intensa de validação externa e da dificuldade de estabelecer limites saudáveis nas relações. Esses comportamentos são reflexos emocionais e exige um suporte psicológico” explica a professora.
Somente no ano passado, o Brasil registrou mais de 160 mil certidões de nascimento constando apenas o nome da mãe no registro, de acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil. Antes fosse apenas a inexistência do nome no documento o que de fato impacta a vida das crianças, a ausência paterna pode afetar as habilidades de interação social e resolução de conflitos. O estado de Alagoas registrou, no primeiro semestre deste ano, 1.372 crianças sem o nome do pai na certidão de nascimento, Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil)
Gabriela indica também, que estudos mostram que essas crianças têm maior probabilidade de experimentar ansiedade, depressão e envolvimento em comportamentos de risco e atividades antiéticas. A falta de um pai presente também pode impactar o desempenho acadêmico e as perspectivas de carreira dos filhos. “Crianças que crescem sem uma figura paterna envolvida podem enfrentar desafios adicionais na escola, incluindo dificuldades de concentração e motivação. Esses desafios acadêmicos podem limitar suas oportunidades futuras e afetar suas trajetórias profissionais”, salienta a psicóloga.
Para enfrentar os efeitos negativos do abandono paterno, é crucial implementar estratégias de suporte e intervenção. Programas de aconselhamento e apoio psicológico podem ajudar as crianças a lidar com sentimentos de rejeição e construir uma autoimagem positiva. Além disso, o envolvimento de mentores e figuras de apoio comunitário pode fornecer orientação e estabilidade adicional.
A seguir, a especialista dá algumas dicas de como é possível oferecer suporte às crianças que enfrentam o abandono.
- Aconselhamento psicológico: Proporcionar acesso a um terapeuta ou psicólogo pode ajudar a criança a processar seus sentimentos de rejeição e a desenvolver mecanismos saudáveis de enfrentamento;
- Envolvimento familiar e social: Criar uma rede de apoio formada por familiares, amigos e mentores pode oferecer estabilidade e exemplos positivos, compensando a ausência paterna;
- Atividades e hobbies: Inserir a criança em atividades extracurriculares, como esportes ou artes, pode ajudar a construir confiança, habilidades sociais e uma sensação de pertencimento;
- Comunicação aberta: Incentivar um ambiente de diálogo onde a criança se sinta confortável para expressar suas emoções e preocupações é crucial para seu bem-estar emocional;
- Modelo de comportamento positivo: Fornecer figuras de autoridade e modelos positivos próximos que possam oferecer orientação e apoio ajuda a preencher o vazio deixado pela ausência do pai.
Para o reconhecimento da paternidade, a Arpen-Brasil informa que é possível realizar em qualquer Cartório de Registro Civil do país desde 2012, sem a necessidade de decisão judicial quando pai e filho com a decisão.
Se a iniciativa for do pai, basta que ele vá até um cartório com a cópia da certidão de nascimento do filho. Se for menor de idade, é preciso que a mãe autorize a inclusão. Nos casos em que o pai não quer reconhecer o filho, a mãe pode fazer a indicação do suposto pai em um cartório, que vai comunicar aos órgãos competentes. Dessa forma, o processo de investigação de paternidade deve ser iniciado.
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Fonte: Assessoria