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Cosems discute com Estado redução de recursos do MS para tratar glaucoma

05/02/2018
Cosems discute com Estado redução de recursos do MS para tratar glaucoma
 

izabelle tresA redução de recursos financeiros do Ministério da Saúde para pacientes dos municípios alagoanos que precisam do tratamento de Glaucoma foi a pauta central da 1ª Reunião da Diretoria Ampliada do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems) do biênio 2017-2019, que reuniu nesta segunda-feira (5) no auditório da entidade gestores da Saúde e técnicos dos municípios e da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau).

O Estado recebia mensalmente R$ 24.5 milhões referentes ao tratamento de 40 mil usuários do SUS e que, após auditorias realizadas pelo MS e entendimentos com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, o Ministério reduziu os recursos em âmbito nacional – relacionados ao tratamento de glaucoma – adotando o parâmetro de prevalência da doença por faixa etária.  A partir de então, foi publicada a portaria 3011 de 2017 que reduziu o montante destinado a Alagoas para R$ 4.3 milhões.

A redução expressiva de valor repassado aos municípios levou a Diretoria e a Sesau a montarem um Grupo Técnico (GT) para discutir o corte de recursos e adotarem providências no sentido de dimensionar a real necessidade da população e garantir o acesso ao tratamento de glaucoma. O GT vai elaborar um documento para ser enviado ao MS pela Gestão estadual e o Cosems, informando as providências adotadas em  Alagoas.

izabelle um editA presidente do Cosems, Izabelle Pereira, também secretária de Saúde de Teotônio Vilela, destacou a importância do alinhamento de informações entre Estado e municípios, considerando que o tratamento dos pacientes de glaucoma está praticamente paralisado em Alagoas. “Ficamos preocupados com os pacientes que precisam do uso contínuo do colírio, uma vez que a doença pode levar a cegueira”, destacou Izabelle.

Após o direcionamento dado na reunião, o Grupo Técnico se reuniu e dentre os encaminhamentos ficou acordada ainda a elaboração de uma nota técnica pelo Cosems e Sesau para tratar do corte de recursos que constam da Portaria 3011 de 2017.

Além da construção da nota, será feito o recadastramento dos pacientes por município de residência, no período de 19 de fevereiro e 15 de março; e em seguida os municípios de referência, ou seja, os executores do procedimento de glaucoma irão reavaliar os pacientes e, posteriormente, serão realizadas auditorias nos respectivos prontuários.

Atraso nos repasses de recursos - Com relação à planilha de repasses estaduais para os municípios, a presidente do Cosems/AL ressaltou a necessidade de a Sesau estabelecer um cronograma de pagamento para que os municípios possam se programar, já que têm fornecedores que também dependem de prazo.

Izabelle salientou também a importância da presença dos secretários, técnicos e superintendentes da Sesau nas reuniões das Comissões Intergestores Bipartite (CIB), considerando que é um espaço adequado para as discussões pertinentes à saúde pública.

O superintendente da Atenção à Saúde da Sesau, José Medeiros, reconheceu a burocracia do Estado no fluxo dos processos, o que leva à falta de agilidade na regularização dos repasses e afirmou que não tem medido esforços para definir um calendário de pagamento. Outros assuntos debatidos na reunião incluiu a pendência de 11 meses no fornecimento de fraldas geriátricas para os municípios; e a falta de 26 itens dos medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf).

Foi discutida ainda a prorrogação da Portaria 1294 de julho de 2017 – referente a cirurgias eletivas – para até julho de 2018. Com isso os municípios da 1ª Macrorregião de Saúde solicitaram articulação com o Estado para a viabilidade de oferta para os usuários desta macrorregião.

Ficou como encaminhamento também que o Estado deve convocar os municípios com hospitais com capacidade instalada para a oferta de cirurgias na 1ª macrorregião e negociar com eles a possibilidade de realizarem as cirurgias para os demais municípios desassistidos. Isso irá acontecer com o remanejamento de R$ 800 mil que havia sido destinado a Coruripe, que no fim de 2017 desistiu de participar da campanha de cirurgias eletivas.

Mary Wanderley/Ascom Cosems