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Esmal recebe mais de 300 estudantes para palestra sobre gênero e preconceito

24/10/2017
Esmal recebe mais de 300 estudantes para palestra sobre gênero e preconceito
Anderson Passos e Filipe Munguba falaram de respeito e empatia. Anderson Passos e Filipe Munguba falaram de respeito e empatia. Foto: Rebecca Bastos
Discutindo gênero e preconceito, a Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal) encerrou, nesta sexta-feira (20), o ciclo de palestras de 2017 para estudantes da rede pública de ensino.  A ação, promovida pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), reuniu cerca de 300 alunos de quatro colégios da capital no auditório da Escola para uma tarde de debates e aprendizado sobre respeito e empatia.

Samuel Lucena, de 15 anos, cursa o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Edmilson Pontes e, na palestra, aprendeu as diferenças entre gênero, sexo, identidade de gênero e orientação sexual. Para ele, que se considera uma pessoa inteirada sobre o assunto, a palestra foi bastante informativa. “Ampliou os meus seus conhecimentos e acredito que estar atualizado mantém a nossa cabeça aberta. Devemos tratar todas as pessoas de forma igual”, sentenciou.

Os magistrados Anderson Passos, coordenador do PCJE, e Filipe Munguba, da comarca de Água Branca, conduziram o debate. Filipe relatou para os estudantes a sua experiência, enquanto juiz do sertão, de conceder o direito de alterar o nome no registro civil a uma mulher transexual.

“É natural que tenhamos resistência a tudo o que nos diferencia. No entanto, o respeito à felicidade alheia é que é importante. Nossa sociedade ainda é muito preconceituosa, mas o que acredito ser uma ponte para o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos é a educação”, ressaltou o magistrado, complementando que o preconceito só serve para aumentar as desigualdades e a violência.

Anderson Passos também enfatizou, em sua fala, o respeito às individualidades e apresentou números sobre a violência contra mulheres e homossexuais. De acordo com ele, estima-se que a cada 28 horas, um homossexual morre de forma violenta no Brasil. Ainda segundo o juiz, o Brasil ocupa o 5º lugar entre os mais violentos do mundo para as mulheres.

“Os preconceitos limitam. Os preconceitos matam. Propusemos para o grupo de estudantes a ideia da centralidade do ser humano, que é muito complexo e deve ser respeitado. A nossa Constituição Federal garante a igualdade entre as pessoas e é assim que elas devem ser  tratadas”, ressaltou.

Carolina Amâncio - Esmal TJ/AL