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Trabalho infantil: MP conscientiza população de São Sebastião sobre proibição

27/06/2017
Trabalho infantil: MP conscientiza população de São Sebastião sobre proibição

viviane1704A Promotoria de Justiça de São Sebastião reuniu, no salão do júri do Fórum Estadual da cidade, representantes de vários segmentos para alertar sobre a exploração da mão de obra infantil, discutindo desde a proibição às consequências, e apresentando os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O propósito da palestra ministrada pela promotora de Justiça Viviane Karla foi o de fazer as pessoas absorverem que o trabalho infantil é repudiável e prejudicial ao desenvolvimento das crianças. Já que essa é a fase de crescimento e onde deve ser priorizada a aprendizagem e não outras incumbências que só dizem respeito aos adultos.

“Muitos acreditam que o trabalho infantil é normal, aceitável, e reproduzem a "cultura" de que é melhor trabalhar em vez de roubar, como se essas duas alternativas fossem as únicas disponíveis à criança. Na verdade, por que não pensar que o direito da criança é estudar ou vivenciar a infância?”, enfatiza a promotora de Justiça.

Nas cidades do interior, como ressalta Viviane Karla, é comum se deparar com crianças sendo usadas em atividades agrícolas; no campo também nas ruas e feiras livres, e as meninas no trabalho doméstico. Para a promotora de Justiça essa realidade deve ser transformada para que as pequenas vítimas não tenham sonhos podados e um futuro frustrado pela ignorância familiar.

“O trabalho infantil ceifa a oportunidades de um futuro melhor e, por muitas vezes, perpetua o ciclo de pobreza e marginalização no qual já se encontra a criança. A responsabilidade pela sobrevivência da família deve ser atribuída aos pais, cabendo às crianças vivenciarem a pureza e sonhos próprios dessa fase. Lugar de criança é na escola e não trabalhando”, reforça Viviane karla.

Em busca de multiplicadores nessa jornada de combate à exploração do trabalho infantil, a promotora teve como público diretores de escolas e professores , agentes de saúde, fiscais de tributos, servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social, representantes do Conselho Tutelar , do Centro de Referencia e Assistência Social (CREAS), do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), além da sociedade civil.

A pretensão da Promotoria de São Sebastião é evitar que crianças dessa localidade sejam vítimas de uma negligência que atropela todo e qualquer direito, tornando-as escravas de uma responsabilidade atribuída injustamente.

O artigo 7 do Estatuto da Criança e do Adolescente é claro ao afirmar que toda criança e todo adolescente tem o direito à proteção, à vida e à saúde, que obrigatoriamente devem ser garantidos por meio de políticas públicas. E elas devem propiciar “o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”. O que é suprimido quando começam a trabalhar logo cedo, sendo as crianças expostas às consequências de um esforço físico desnecessário.

Fonte: Ascom MPE/AL