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Esmal oferece curso de mediação de conflitos para cerca de 80 educadores da rede pública


“A escola é, por excelência, um ambiente de conflitos. Lá encontramos seres em formação que reproduzem tudo o que há no mundo, de bom ou de ruim.” Eis a percepção de Aparecida Ferreira, educadora há mais de 15 anos, que atualmente coordena a Escola Estadual Teotônio Vilela. A professora esteve presente, nesta quarta-feira (24), na sensibilização de abertura do curso ‘Mediação de conflitos para a construção de uma cultura de paz’, promovido pela Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), por meio do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE).
Para Aparecida, cada estudante carrega consigo um universo de vivências e de percepções, o que naturalmente gera conflitos nas salas de aula. “Quando isso acontece, temos o cuidado de conversar, chamar os responsáveis, quando necessário, e tentar detectar qual fator provocou o desentendimento. Com a capacitação em mediação escolar, espero aprender mais e ajudar mais as crianças e jovens com os quais mantenho contato”, explicou a coordenadora.
Cerca de 80 educadores da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e da Secretaria Municipal de Educação (Semed) irão participar do curso, cujas aulas terão início no próximo dia 29 de maio. Eles passarão por um treinamento orientado pela mediadora especializada em programação neurolinguística, escritora e professora Moacyra Verônica da Rocha.
De acordo com a facilitadora, a formação tem como desafio auxiliar os educadores a lidar com situações de conflito de forma imparcial e ampla, de modo que as divergências sejam tratadas com profundidade, promovendo a cultura do diálogo. “Educadores são mediadores por natureza. Durante o curso, vou ajudar a desenvolver as habilidades que eles já possuem, mostrando a melhor forma de aplicar as diversas técnicas de conciliação e de mediação”, explicou Moacyra.
"É nas escolas que nos encontramos com o nosso futuro", destacou Fernando Tourinho. Foto: Carolina Amâncio
O desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza, diretor-geral da Esmal, participou do encontro e destacou que o PCJE é um dos maiores eixos de aproximação entre o Judiciário e a sociedade. “É nas escolas que nos encontramos com o nosso futuro, por isso solucionar hostilidades dentro delas, com as técnicas apropriadas, se torna ainda mais importante”, pontuou. O desembargador aproveitou a oportunidade para agradecer ao presidente do Tribunal de Justiça, Otávio Praxedes, por oferecer as condições para que o trabalho do programa seja desenvolvido.
Hélio Pinheiro Pinto, juiz coordenador do programa, endossou o posicionamento de Tourinho e disse que o programa é uma construção coletiva, com um planejamento que assimila as demandas apresentadas pelos gestores da educação pública. “Este ano fizemos adequações para que o Judiciário esteja ainda mais presente nas comunidades”, observou o magistrado.
Estiveram presentes no encontro a superintendente da rede estadual de ensino, Marindalva Santos Passos, e a representante da Seduc, Marta Palmeira. Segundo Marindalva, “todo o apoio que as escolas receberem para superar os seus conflitos será bem-vindo”. “Nossa rede de ensino clama por parcerias como a que temos com o PCJE já que, muitas vezes, não temos psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais à nossa disposição. Então, quando a Esmal proporciona oportunidades como essa, temos que abraçá-las”, concluiu.
Carolina Amâncio - Esmal TJ/AL