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Killing Surfers lança single: a cena do rock cresce em Alagoas

26/05/2017
Killing Surfers lança single: a cena do rock cresce em Alagoas

O rock está vivo e é alagoano. Vez ou outra se decreta o fim do rock. Mas o rock se reinventa, sempre – isso é evidente ao longo da História e, bem, se você já se ligou, os roqueiros invadiram a capital alagoana. Maceió, meus amigos, é um celeiro do rock. Tudo coisa fina. O inesquecível Mopho, a nova geração da Necro e da Jude e do Efeito Moral. A galera de Arapiraca. De Murici – Alagoas toda contaminada. Esse informativo a essa altura da noite de quarta-feira (24) é para avisar que a banda Killing Surfers acabou de soltar um single-dobradinha com as músicas “Midinight Ghosts” e “Rebirth”.

Depois de lançar, no ano passado, o EP “You Never cared” (pelo selo criado por Mário Alencar, o único de Alagoas, Crooked Tree Records) e depois de trocar contrabaixista e baterista e estrear este mês ao vivo no primeiro Crooked Fest – realizado pela gravadora no Quintal Cultural –, a banda se apresenta se mostra madura nessas novas gravações. Quanto à formação, além da dupla de guitarristas – o vocalista, letrista e produtor Mário Alencar e o cara dos riffs hipnóticos viciantes Wilson Victor –, a Killing Surfers conta agora com o compenetrado estiloso contrabaixista Gabriel Araújo e o experiente Rodolfo Lima (do grupo Ximbra) na bateria. Time perfeito: o álbum que vem por aí promete.

As letras são em inglês, mas, por assim dizer, de fácil compreensão. “Midinight Ghosts” é como um space rock do Pink Floyd, só que post-punk, ou indie – um ‘lunático no jardim’ a la “Brand Damage” do Floyd 1973:  o lado escuro da lua. Isso tudo, os fantasmas de “Midinight Ghosts” e o lunático na sua cabeça de “Brand Damage” (“Você me reorganiza até eu estar são”), provavelmente é uma coincidência, não propriamente uma influência. O fato é que esses personagens estão mesmo na sua/ nossa cabeça. É muito bacana ouvir o som pesadão e melódico da Killing Surfers e viajar nas letras de Mário Alencar. Em inglês, mas fácil de entender...

A segunda faixa é uma canção, “Rebirth”, sobre desejo e paixão. Fala de “traços que podíamos desenhar”. “Não fazemos nossa própria lei/ Mas talvez para tudo na vida/ Haja uma segunda chance”. A aparente canção triste da Killing Surfers. Triste não: dramática. Começam o disco com Alencar cantando como um atormentado Ian Curtis. É rock pesadão. O vocalista sussurra sobre as bases distorcidas e os riffs acolhedores. Gutural – sexual. E é para dançar loucamente, agitando os braços e acreditando no renascimento. Para se divertir e gostar do amor. E poder amar mais uma vez – até quando deus quiser.

Acesse o single no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=AYJnsF2eJ88) e até sexta-feira (26) nas plataformas Bandcamp, Spotify e Deezer.

Jorge Barboza/Assessoria