O processo de inclusão social e de promoção dos Direitos Humanos, realizado pela Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que vem mudando a realidade das famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade na parte alta da capital, ganhou um reforço em 2015. No dia 28 de dezembro do ano passado, a Semas inaugurou, no Benedito Bentes, o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Selma Bandeira. Três semanas após a inauguração, as 5 mil famílias que são referenciadas pelo Cras contam com a ampliação de vários serviços e programas, entre eles, uma Unidade Descentralizada do Cadastro Único/Bolsa Família. Além da Unidade, que atende em sua maioria os beneficiários do Programa Bolsa Família, com a implantação do Cras no prédio onde antes funcionava apenas o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), vários grupos referenciados também foram criados. O adolescente Antônio Andrade (nome fictício para proteger a integridade do usuário), de 17 anos de idade, foi um dos jovens que acompanhou a implantação dos novos serviços da Semas no bairro. Quando foi apresentado às equipes da Assistência Social no Selma Bandeira, a família de Antônio contou que procurou o Serviço numa tentativa de deixá-lo longe do tráfico de drogas. “Quando eu tinha sete anos, eu já era ciente das coisas erradas que eu fazia, e não eram poucas. Na região que eu morava, a presença do tráfico era muito forte e muitos maiores infratores utilizavam os menores de idade para praticar coisas erradas e eu estava sempre no meio. Viva muito nas ruas, até o meu pai me levar para o Serviço (de Convivência0”, contou Antônio. Ainda de acordo com o jovem, graças ao Serviço de Convivência – que foi ampliado com a chegada do Cras ao local – ele conseguiu ocupar a mente com atividades inclusivas, conhecer outra realidade, conversar com pessoas diferentes e o mais importante: se afastar da vulnerabilidade. “Por incrível que pareça, eu não me esqueço de dois episódios: o primeiro foi quando eu entrei no Serviço de Convivência, há cerca de cinco anos. Eu não sabia o que era uma socialização com brinquedos, atividades, amigos. E a segunda foi, quando graças ao Serviço, eu tive acesso, pela primeira vez, a uma quadra de futsal. Vivi os melhores dias da minha vida”, conta o jovem, que se despediu há meses do Serviço de Convivência, mas continua ligado ao grupo de teatro do Cras Selma Bandeira, onde também foi destaque. A facilitadora social, Doralice dos Santos, conta que casos como o de Antônio não são novidades, muito menos únicos naquela unidade. “Assim como o caso dele, a gente tem tantas histórias de sucesso aqui. O mais importante é que a gente consegue acompanhar, por exemplo, uma evolução dos casos de crianças que são retiradas da situação de trabalho infantil, que estavam sendo submetidas aqui mesmo no bairro, e agora, que frequentam o nosso Centro, não estão mais”, explicou “Dora” – como é carinhosamente chamada pelos usuários. A secretária de Assistência Social de Maceió, Celiany Rocha, lembrou que, com a implantação do Cras Selma Bandeira, um calendário de atividades para os mais diversos membros familiares foi montado com a finalidade de atender as atividades do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, o Paif. “Antes da inauguração desse Cras, nós já realizávamos um trabalho bastante nobre no próprio local, onde atendíamos prioritariamente a demanda de crianças e adolescentes, oferecendo atividades socioassistenciais no horário avesso ao das aulas. Mas nós notamos a necessidade de abranger os serviços e oferecer muito mais, para que pudéssemos atender os grupos familiares dos jovens. Hoje, com o Centro do Selma Bandeira, temos atividades para mulheres, crianças, idosos e já estamos planejando os grupos de gestantes”, reforçou Celiany. A inauguração do Cras Selma Bandeira fez parte das ações da Prefeitura de Maceió em comemoração aos 200 anos de emancipação da cidade. A solenidade de entrega contou com as presenças do vice-prefeito Marcelo Palmeira, da titular da Semas, além de secretários municipais, conselheiros tutelares e lideranças comunitárias.
