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Combate a criatórios de larvas do Aedes aegypti também é dever dos cidadãos

11/01/2016
Combate a criatórios de larvas do Aedes aegypti também é dever dos cidadãos
“Não é só do governo a obrigação de combater o Aedes aegypti. Toda a população deve se unir em prol da extinção do mosquito no País”. É o que defende a dona de casa Claudice Maria, de 73 anos, e residente há 20 anos na rua Santa Fernanda, localizada no bairro Jatiúca, em Maceió. Observar se na rua existe acúmulo de água, conscientizar os vizinhos sobre os riscos à saúde e até denunciar irregularidades. Essas são algumas das sugestões dadas pela dona de casa aos alagoanos que também desejam extinguir o Aedes aegypti. “É um problema meu também se o vizinho deixar a água ser acumulada na calha, por exemplo, pois o mosquito se desenvolve lá e vem contaminar minha casa. Então nós precisamos entender que o momento é de união, para fortalecimento da saúde de todos”, enfatizou a dona de casa. Os posicionamentos de Claudice estão confirmados pela gerente de vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cleide Moreira. Para ela, a tarefa mínima da população é observar se em sua casa existe alguma chance das larvas se desenvolverem. “Tampar caixas d’água e cisternas, evitar acúmulo de água no chão e objetos, observar área molhada do ar-condicionado e pratos de jarros são outros pontos que é preciso de atenção redobrada. Onde houver chances de criadouro, ele deve ser eliminado”, orienta. Claudice ainda ressalta que a população precisa criar o hábito de vistoriar sua residência todos os dias. “Olhar absolutamente tudo, não deixar qualquer possibilidade de desenvolvimento das larvas: no telhado, nas áreas abertas e dentro de casa. E além do muro observar se o risco também é existente. Aqui na rua há um terreno baldio e é a nossa preocupação, pelos mosquitos e pragas. A prefeitura limpa, mas as pessoas sujam. Então nós estamos monitorando, até porque muitos idosos por aqui vivem”, disse. Durante a entrevista, um grande acúmulo de água limpa estava em um trecho da rua, fato comum de acontecer, segundo a dona de casa. “Eu acredito que nossa vizinhança está fazendo a sua parte, mas não sei se as demais estão. Infelizmente não temos como evitar o surgimento dessa poça, mas podemos retirar a água ou, pelo menos, observando se ela oferece o risco de desenvolvimento do mosquito”, comentou.

Denúncia

A secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, pede aos cidadãos que denunciem os locais onde podem existir criatório do Aedes aegypti. “Apartamento, casas e terrenos fechados podem servir de criatório. O problema é de saúde pública, então exige o envolvimento da população e do Governo. Em Maceió, a Prefeitura disponibiliza o telefone 3221-2523, mas nos outros municípios a suspeita pode ser denunciada diretamente a Secretaria de Saúde local”. Enquanto isso, a Sesau intensifica as ações de combate ao mosquito, pondo em atividade uma equipe de oito supervisores, quatro técnicos de vigilância e dois infectologistas. Estes monitoram os trabalhos de campo, realizam treinamentos, capacitações e dão apoio direto para a organização das atividades de vigilância, notificação e investigação. Eles também contribuem com o atendimento na porta de entrada, através da implantação de protocolos e fluxos de pacientes, distribuição de medicamentos, incentivos financeiros e investigação dos casos e óbitos.