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Em 2015, mais de mil cardiopatas foram atendidos no Hospital Geral do Estado

28/12/2015
Em 2015, mais de mil cardiopatas foram atendidos no Hospital Geral do Estado
Mais de mil internamentos coronarianos foram registrados somente este ano no Hospital Geral do Estado (HGE). O número se aproxima do quantitativo registrado no mesmo período de 2014, que teve 1.333 ocorrências envolvendo Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e Infarto Agudo do Miocárdio. Na grande maioria dos casos, o mal poderia ser evitado, ou, pelo menos amenizado, se a consulta ao cardiologista fosse periódica. A perda momentânea da consciência decorrente de desmaio pode ser o primeiro indício de problemas cardíacos. O problema é que geralmente essas pessoas aparentam estar sadias, não possuem histórico de problemas cardiológicos e tampouco registro de receitas para medicamentos que controlam a pressão ou diabetes. “Daí não é difícil elas pensarem que desmaiaram apenas por má alimentação, esforço físico ou carência de vitamina. Não investigam o que pode ser uma falha no sistema elétrico do coração. E não são poucos os pacientes que nós atendemos assim aqui no HGE”, disse o cardiologista José Kleberth Tenório Filho. A Unidade de Dor Torácica (UDT) é o setor especializado no HGE em atender pacientes com doenças cardiovasculares. De acordo com o médico, a grande maioria dos pacientes sofre de doenças endêmicas, aquelas peculiares a um povo ou região. “São muitas pessoas com Doença de Chagas e coronariopatia, esta, principalmente, atinge o lado direito do coração. Já os pacientes mais velhos sofrem com a doença do nó sinusal, que é caracterizada pelo batimento cardíaco lento”, esclareceu o cardiologista. Um desses pacientes com o batimento cardíaco lento é o relojoeiro Manoel Pedro Vanceslau, de 85 anos. Morador da Chã de Bebedouro, em Maceió, ele comentou que, mesmo sentindo dores e cansaço, não procurou o médico. “Eram dores nas pernas, na coluna, na cabeça; até insônia eu tive. Mas não quis procurar nenhum médico. Fui levando a vida até não aguentar mais”, relatou. Manoel é casado e possui três filhos. Natural de Cajueiro, distante 23 km de Maceió, ele recorda que já foi vendedor de macaxeira, arroz-doce, água; trabalhou em oficina; foi pintor, retratista e fotógrafo. “Agora o que eu quero é sair logo daqui para voltar a minha loja de relógios no Mercado da Produção e seguir com minha vida”, desabafou o paciente. O agravo na saúde de Manoel poderia ser evitado com a realização de check-ups e medidas de prevenção ao desenvolvimento de doenças coronarianas, como a ingestão de alimentos saudáveis (Manoel é hipertenso) e a prática de atividade física (ele é sedentário). Além disso, deve-se evitar o consumo de drogas, bebidas alcoólicas e a desidratação. “Se acaso alguém sofrer um desmaio ou sentir fortes dores, principalmente no peito, é de extrema importância que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, seja acionado. Não se deve mexer no doente em caso de queda, uma vez que este pode ter sofrido alguma fratura. Se houver vômitos, aconselhamos deixá-lo, com cautela, de lado para evitar o sufocamento”, instruiu o cardiologista.