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Parceria entre Sesau e ONG garante atendimento à população LGBT

09/11/2015
Para garantir o atendimento à população de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) atua apoiando Organizações Não Governamentais (ONGs). Uma dessas organizações é a instituição Pró-vida, que desde 1995 trabalha ofertando auxílios jurídicos, psicológicos e assistenciais para essa população. De acordo com a técnica da Diretoria de Atenção Básica da Sesau, Valéria Maciel, a intolerância ainda é uma realidade para essas pessoas que são vítimas de discriminação e até de atos violentos. “A parcela LGBT dos habitantes precisa de um olhar diferenciado do Estado para que seus direitos sejam preservados”, destacou Valéria Maciel. A técnica ressaltou que, segundo dados disponibilizados pelo Grupo Gay de Alagoas (GGAL), foram registrados 48 homicídios de homossexuais nos anos de 2013 e 2014. “Só nos primeiros cinco meses de 2015, o GGAL notificou 74 casos de agressões físicas e morais contra homossexuais em Alagoas”, ressaltou. Fabíola Silva, diretora de direitos humanos e cidadania da organização, lembrou que os adolescentes são especialmente vulneráveis. “O índice de suicídio e do número de pessoas em situação de rua ilustra isso. Essas pessoas são rejeitadas por suas famílias e muitas acabam se envolvendo em uma espiral sombria de drogas e prostituição”, declarou a diretora. Ela explicou que, muitas vezes, os casos de violência contra homossexuais acontecem dentro da própria casa ou com conhecidos. “Os casos muitas vezes envolvem, além da agressão física, humilhação, ameaça, hostilização e discriminação”, destacou Fabíola Silva. A ONG conta também com a atuação de Fernanda Albuquerque, que responde pela coordenação de relações públicas. Fernanda relatou que também foi vitima de violência e procurou a ajuda da organização. “Uma prática horrenda e infelizmente ainda presente em nossa sociedade é a noção de que a violência pode mudar a orientação sexual de um indivíduo”, destacou Fernanda Albuquerque. A coordenadora fez o testemunho chocante de um ato considerado hediondo. “Sofri um estupro corretivo há alguns anos e procurei o auxilio do Pró-vida, que me orientou e me apoiou em um momento particularmente difícil da minha vida. Depois que me recuperei física e emocionalmente, comecei a trabalhar na ONG para ajudar pessoas vítimas de injustiças e mostrar para elas que não estão sozinhas”, destacou. Para o diretor do Pró-vida, Dino Alves, o Estado deve ser pautado pelo respeito aos direitos de todos os seus cidadãos. “Em uma democracia todos os grupos gozam de plenos direitos para buscar sua felicidade e identidade. A luta contra o preconceito e intolerância é um dever de todos os que buscam uma sociedade mais justa e humana”, declarou. Valéria Maciel lembrou que a Sesau atua na assistência de todos os alagoanos independente de suas orientações sexuais, padrão financeiro, religião ou gênero. “Com trabalho e compromisso a gestão estadual tem conseguido unir a população alagoana. A assistência à saúde deve compreender os desafios enfrentados por cada estrato da sociedade e atuar para garantir segurança e saúde a todos”, falou Maciel.