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Difusão de conhecimentos garante convivência do homem com o semiárido

30/10/2015
Pesquisadores, técnicos, estudantes e professores do Brasil e do exterior deram início nesta quinta-feira (29) aos debates do II Seminário Internacional de Convivência com o Semiárido, realizado, com o apoio do Governo do Estado, nas instalações do Centro Xingó, em Piranhas, Sertão alagoano. A cerimônia de abertura foi conduzida pelo secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, que representou o governador Renan Filho. Administrado por um comitê do qual fazem parte o Governo do Estado e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (Iabs), entidade responsável por sua gestão técnica e operacional, o Centro Xingó reúne as demandas brasileiras para uma rede mundial de cooperação voltada para o auxílio às populações do semiárido em vários países. Segundo o presidente do Iabs, Luiz Tadeu Assad, o seminário pretende colocar a convivência com o semiárido na pauta da sociedade civil, universidades, governos estadual e federal e instituições internacionais. “Queremos mostrar que quem vive em condições de aridez ou semiaridez, não só no Brasil, mas em várias regiões do mundo, pode ter uma qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. Temos uma expectativa muito grande com relação a esse debate. É a nossa contribuição para o avanço sobre esse tema e uma forma de dar visibilidade e consolidar essa estrutura física do Centro Xingó como uma base aberta a essa discussão”, disse Assad. Antes da cerimônia de abertura, alguns participantes, dirigentes do Centro Xingó e autoridades presentes percorreram as instalações do núcleo, que é referência internacional no desenvolvimento de tecnologias sociais voltadas ao trabalhador rural que convive com o clima semiárido. Na oportunidade, o secretário da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, inaugurou simbolicamente a placa de energia solar que alimenta uma das bombas hidráulicas instaladas no local. “O trabalho desenvolvido no Centro Xingó empolga a mim e ao governador Renan Filho. Nós vamos fazer com que a população do nosso semiárido, através do Centro Xingó, tenha condições de trabalhar sua terra, de permanecer no semiárido. O semiárido é muito rico. É preciso apenas que o homem do campo receba as orientações corretas, a partir de pesquisas realizadas em centros como esse, com a divulgação das tecnologias que podem ajudá-lo. O povo sertanejo é bravo, trabalhador. O que ele precisa é de oportunidade”, disse Vasconcelos. Ao lado do prefeito de Piranhas, Manoel Santana, e do superintendente da Codevasf em Alagoas, Luciano Chagas, o deputado estadual Inácio Loiola ressaltou a importância dos debates entre técnicos e a sociedade civil na busca de melhorias para as comunidades que vivem nas regiões mais áridas. “É através de debates como o que acontece aqui, no Centro Xingó, que vamos fazer com que as regiões de clima semiárido se tornem inteiramente viáveis. O semiárido alagoano, por exemplo, tem um potencial agropecuário enorme. Já temos tecnologia à altura para a prática da pecuária nesta região. E, com a condução de pesquisas na agricultura, com absoluta certeza essa região será uma grande produtora de alimentos”, avaliou Loiola. Além da Seagri e Iabs, participam do seminário representantes do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), Universidade Federal do Vale do Cariri (UFCA), o Centro de Inovação em Tecnologia para o Desenvolvimento Humano da Universidade Politécnica de Madri (itdUPM), Universidade Francisco Marroquin (ITA/UFM-Guatemala), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS-UnB), Sebrae/AL, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Ufal, Codevasf, Chesf, Sudene, e Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Integração Nacional e Ministério do Desenvolvimento Social. Curso internacional Logo após o seminário, o Centro Xingó seguirá com a realização do 2º Curso Internacional de Convivência com o Semiárido, composto por quatro módulos, distribuídos em 200 horas/aula, que terá início em 2 de novembro e seguirá até o dia 18 de dezembro, com intervalos a cada módulo. O curso, que contará com 34 alunos, abordará tecnologias sociais e práticas inovadoras, inclusão produtiva, meio ambiente e mudanças climáticas. O curso deverá garantir a formação de seus alunos como multiplicadores, detentores de compreensão abrangente e integrada sobre a convivência com regiões semiáridas e, ao mesmo tempo, a postura como agentes criativos e reflexivos, possibilitando aos alunos o domínio crítico do uso das tecnologias sociais construídas na sociedade e já parcialmente integradas ao Centro Xingó e famílias do entorno. Em sua primeira edição, em 2014, o curso capacitou 30 alunos. O curso e o seminário são oferecidos pelo Comitê Gestor do Centro Xingó, coordenada pela Seagri/AL, Chesf, IICA, Aecid, Codevasf, MMA e Iabs, em parceria com instituições como a UFCA, itdUPM, CDS-UnB, Sebrae/AL, PNUD e ABC.