Em menos de um mês, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) se reuniu com movimentos sociais, instituições governamentais e entidades para nortear as demandas sociais para o uso das águas do Canal do Sertão. Na manhã desta terça-feira (27), o secretário Alexandre Ayres conduziu mais um encontro no qual uma série de propostas foram encaminhadas para avaliação. Ao lado secretário adjunto de Infraestrutura, Alzir Lima, e do representante da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seagri), Sílvio Bulhões, Alexandre Ayres reiterou o empenho do Estado em modificar a realidade das famílias que moram em municípios próximos ao Canal do Sertão e ainda não conseguem utilizar o recurso hídrico para seu desenvolvimento social e econômico. “Estamos nos reunindo novamente e, com muita sensatez, informo que o governo vai levar água para a população que não tem acesso a um recurso tão importante para a sua sobrevivência. O governo, claro, traça estratégias para ampliar o desenvolvimento a curto, médio e longo prazo. A discussão está sendo implementada e não pretendemos planejar ações sem ouvir setores, municípios e movimentos”, informou o secretário Alexandre Ayres. Com a palavra, a representante do Movimento Sem Terra (MST), Débora Nunes, relatou que os assentamentos elaboraram propostas de manejo sustentável da Caatinga e necessitam do auxílio do Canal do Sertão para ter acesso à água. Ainda em sua fala, ela solicitou que órgãos como a Emater e o Incra deixassem claro como será a contribuição das respectivas instituições sobre a capacitação dos assentados da região do Semiárido. Representando o Instituto Terra Viva, Jorge Izidro corroborou com a iniciativa da Semarh em manter um canal aberto de diálogo com os movimentos sociais e instituições. “Convivo há mais de dez anos com problemas de desertificação em Alagoas e agora estou vendo a vontade do Estado em modificar este problema que nós passamos. Percebo que as medidas apresentadas pelo secretário Alexandre Ayres são relevantes, afinal, o produtor rural necessita de água para manter as suas terras irrigadas para o plantio e também para a criação de animais”, ressaltou Izidro. Demandas Entre as reivindicações propostas durante a reunião com a Semarh, Seagri e Seinfra, aparecem as hortas comunitárias, abastecimento de água em comunidades próximas e distantes do Canal do Sertão, produção de alimentos para criação de bovinos e caprinos, além do desenvolvimento social das famílias nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água Branca, localizados no Alto Sertão do estado. Além dos movimentos sociais, estiveram presentes na reunião desta terça-feira a Desenvolve Agência de Fomento, o Sebrae-AL, Instituto de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Alagoas (Ideral), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Instituto Terra Viva e Zumbi dos Palmares, Pastoral de Delmiro Gouveia, Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e Clube de Engenharia de Alagas.