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Catálogo de Artesanato é entregue a compradores em potencial no Encontro de Negócios

03/10/2015
Os empreendedores dos projetos Brasil Original, Turismo Sol e Praia, e Alimentação Fora do Lar em Maceió, todos atendidos pelo Sebrae em Alagoas, puderam se apresentar no primeiro Encontro de Negócios de Artesanato, que aconteceu durante um café da manhã nesta sexta-feira (02). Artesãos e representantes de associações de todo o estado conheceram e expuseram seus trabalhos a empresários de hotéis e restaurantes, enquanto o Sebrae distribuía um catálogo de artesanato com peças produzidas especialmente para a alta temporada turística. O evento reafirmou ainda mais os objetivos do Movimento Compre do Pequeno Negócio ao apresentar potenciais fornecedores e compradores, que podem utilizar os produtos típicos de Alagoas, tanto para brindes em seus estabelecimentos, como para decoração dos ambientes, privilegiando o artesanato tradicional e fortalecendo a cultura transmitida ao longo de gerações nas mais diversas comunidades que compõem o estado. Itens como os bordados de filé e meia noite, esculturas em madeira e argila, peças feitas com palha de ouricuri, bananeira e taboa estamparam as estantes e paredes da Sala Design, do prédio sede do Sebrae, enquanto artesãos e artesãs contavam a origem de seus produtos, como produziam e o que podiam oferecer aos empresários presentes. Junto com a peculiaridade de cada arte, há histórias que permeiam os objetos, como por exemplo, a de Dona Irinéia e suas cabeças de argila, no povoado quilombola Sítio Muquém, em União dos Palmares, que trouxe primeiro o marido, Seu Antônio, e depois os filhos para ajudar na produção e comercialização das peças. Ou, ainda, a das 17 mães de família da Associação de Artesãos de Feliz Deserto, que em 20 anos de trabalho com a taboa já “levaram carreira” de cobras e de jacarés enquanto extraíam a palha da beira de rios. “Esse evento é bom para mostrar, aqui em Alagoas, o que meus pais fazem, porque quem é de fora dá mais atenção ao trabalho deles do que as pessoas que moram aqui. É importante que os empresários conheçam as obras e saibam onde podem comprar, já que estamos tão perto”, apontou Mônica Nunes, filha de Irinéia e Antônio. A expansão do mercado também foi destacada por Ana Cristina, que, após aprender a bordar com a Associação Pontos e Contos, de Penedo, formalizou-se como Microempreendedora Individual (MEI) e produz acessórios com bordados. “Tem gente que sai de Maceió para comprar artesanato em outros estados ou grandes feiras porque não sabe onde encontrar aqui. Então, essa é uma oportunidade para eles, de conhecer e, para mim, que trabalho em casa, que posso sair e mostrar o meu trabalho”, destacou as mãos por trás da Fulô A. Ao lado da disposição das artesãs em dizer que podia m atender encomendas, os empresários de hotéis e restaurantes puderam, também, expressar suas reivindicações, uma vez que peças de uso ou de decoração precisam atender a demandas operacionais dos negócios, como apontou Mauro Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH-AL). “Colocar em contato hoteleiros e artesãos é importante para que haja uma troca de conhecimento e experiências, porque a venda para o turista é de uma forma, mas vender para o hotel usar em decoração envolve questões que precisam ser consideradas, como materiais, formato das peças e durabilidade”, pontuou Mauro Vasconcelos. Finalizando a apresentação das associações e artesãos, o consultor do Sebrae em Alagoas, Alexsandro Geraldo, estimulou os empresários a aderirem aos novos fornecedores. “Comprar dos artesãos alagoanos não é uma vantagem só pelo forte apelo cultural que as peças transferem ao empreendimento, mas de poder usar o selo de desenvolvimento sustentável. Cada uma dessas associações é sustentável do ponto de vista ambiental, econômico, pelas famílias beneficiadas, e social, pois desenvolve a comunidade e o município onde ela está inserida”, destacou Geraldo. Marcos Vieira, superintendente do Sebrae, estimulou todos a aproveitar a grande oportunidade que a crise oferece ao turismo local. “A valorização do dólar está fazendo com que os brasileiros viajem dentro do próprio Brasil. Então, esse é um grande momento para posicionar o artesanato alagoano para os turistas dentro dos pequenos negócios locais, aumentando seu apelo e diferencial”, ressaltou.

Catálogo de artesanato

Ao fim do evento, os potenciais compradores receberam um pen drive – devidamente identificado com uma etiqueta de bordado filé – contendo o catálogo de artesanato do Projeto Brasil Original, com peças pensadas especialmente para a alta temporada turística, que também coincide com as compras de fim de ano. O formato digital foi privilegiado tanto por ser ecologicamente correto quanto pela facilidade de difusão de imagens virtuais. “Esse é um momento de culminância do trabalho de um ano todo, abordando desde a qualidade das peças como a questão do artesanato como um negócio viável. O catálogo traz um pouco da história dos produtos e como entrar em contato com os artesãos e associações”, relatou Vanessa Fagá, gerente da Unidade de Comércio e Serviços (UCS) do Sebrae em Alagoas. A secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Jeanine Pires, se colocou à disposição dos artesãos e empresários para promover parcerias em prol do turismo. “Só existe turismo se nós conseguirmos colocar a alma no que fazemos. Deixo uma saudação muito especial aos artesãos e mestres, contem com nosso apoio para divulgar e mostrar a qualidade do trabalho de vocês e as riquezas de nossa terra”, destacou a secretária. A primeira dama de Alagoas, Renata Calheiros, que tem trabalhado pela valorização e divulgação do artesanato alagoano, prestigiou o Encontro de Negócios de Artesanato e recebeu algumas edições do catálogo. “Alagoas tem um artesanato tanto de qualidade como diversificado. O papel fundamental do Governo do Estado, junto à Sedetur e ao Sebrae, é de tornar o negócio do artesanato viável, principalmente para as pequenas empresas e turistas. A divulgação de um catálogo virtual facilita e faz a ponte entre o artesão e o consumidor. A intenção é somar forças e divulgar o artesanato como hoje já é o turismo, que é uma referência nacional”, declarou Renata Calheiros. O evento contou, ainda, com a participação de representantes do Maceió Convention & Visitors Bureau (MC&VB), da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), de 35 empresas e de 15 associações de artesãos.