A renomada artesã de Maceió e integrante da equipe de Economia Solidária da Semtabes, Vânia Oliveira, é a mais nova artista considerada Patrimônio Vivo do Estado de Alagoas. A solenidade de entrega do certificado aconteceu na Secretaria de Estado da Cultura, na manhã desta quinta-feira. Além de Vânia, mais três artistas foram titulados. Antônio dos Santos, de 62 anos, artesão em madeira, José Laurentino Cirilo, de 86, mestre de guerreiro e Zeza do Coco, de 60 anos, mestra do coco de roda. Mesmo com seus mais de 30 anos de profissão e vários trabalhos reconhecidos na área do artesanato, Vânia Oliveira se diz surpresa com o título de Patrimônio Vivo de Alagoas, que foi reconhecido pela reprodução fiel do chapéu de Guerreiro e por utilizar referências culturais de Alagoas no artesanato feito com tecido e madeira como matérias-primas. “Ser reconhecida como Patrimônio Vivo foi uma surpresa pra mim, confesso que não esperava. Estou muito feliz com essa homenagem, porque isso mostra que valeu a pena toda minha luta ao longo desses anos para manter viva a cultura de nossa cidade e do nosso Estado”, disse a artista. A artesã conta que a paixão pela arte popular de Alagoas começou muito cedo na vida. Desde jovem, Vânia visitava as comunidades com suas professoras para passar conhecimentos sobre cultura. “Lembro que todos os finais de semana, eu visitava as comunidades com minhas professoras para ensinar um pouco de sua sabedoria sobre a cultura de Maceió e de Alagoas. Esse contato com o povo sempre fez parte da minha vida”, contou. A carreira de Vânia começou há mais de 30 anos, quando ela começou a produzir lembrancinhas para festas. Mais tarde, passou a dar aulas em oficinas. A partir daí, o seu nome foi ficando reconhecido. “Minha carreira começou quando eu fazia lembrancinhas para festas. As pessoas foram gostando e resolvi continuar trabalhando com isso. Anos mais tarde, comecei a fazer oficinas de artes manuais nas escolas. Eu sempre fui ligada à arte e à cultura popular. Eu amo o que faço e até hoje, continuo com meus trabalhos, agora pelo Município de Maceió, por meio da economia solidária, oportunidade que vem me trazendo alegria e emoção”. Coordenada pela secretária de Cultura do Estado, Melina Freitas, a solenidade de entrega dos certificados aos novos mestres do Patrimônio Vivo de Alagoas contou com a presença da diretora de Economia Solidária da Semtabes, Michelli Larissa e do coordenador de Fomento à Economia Solidária do órgão, Renato Ferreira. “Para nós, da economia solidária, é um prazer ter o nome de Vânia Oliveira em nossa equipe. Ser reconhecida como Patrimônio Vivo é mérito do belo trabalho que ela desenvolve. Digo que nossos grupos solidários têm a honra de ter essa grande artista como professora nas oficinas de artesanato”, disse Michelli. O governador Renan Filho destacou a relevância do título concedido aos mestres da cultura. “Fico muito feliz em estar aqui, reconhecendo esses mestres como patrimônio vivo de Alagoas. Nosso Estado valoriza esses ícones da cultura alagoana. E vamos fazer com que o Brasil e o mundo reconheçam também todos esses nomes”, disse Renan Filho. A publicação de novos mestres do Patrimônio Vivo é realizada pela Secretaria da Cultura (Secult) e homologada pelos membros do Conselho Estadual de Cultura. Ao todo, Alagoas nomeou 51 mestres desde 2004, por meio da Lei Estadual 6513/04. São reconhecidos como Patrimônio Vivo do Estado da Alagoas mestres e mestras que têm conhecimentos ou técnicas necessárias para a produção e a preservação de aspectos da cultura tradicional ou popular de alguma comunidade do Estado nas áreas de danças e folguedos da cultura popular, literatura oral ou escrita, gastronomia, música, artes cênicas e artesanato, dentre outras. Depois da diplomação, os novos membros do Patrimônio Vivo passam a receber uma bolsa mensal, no valor de um salário mínimo e meio, como apoio para dar continuidade à produção de seu trabalho cultural.