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Fecomércio realiza palestras sobre como enfrentar os desafios da crise

24/09/2015
No início desta semana, nos dias 21 e 22, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL) promoveu, respectivamente em Maceió e Arapiraca, a palestra “5 ações para enfrentar os desafios da crise”, com o especialista em gestão, César Souza. A iniciativa fez parte do projeto Ciclo de Palestras - 2015 e contou com a correalização do Sebrae Alagoas, integrando a programação do Movimento Compre do Pequeno Negócio (da Semana da Micro e Pequena Empresa), além do apoio do Sesc AL, do Senac AL, do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD) e do Sindilojas Arapiraca. Na abertura do evento dos dois eventos, o presidente da Fecomércio AL, Wilton Malta, agradeceu a participação dos presentes e as entidades parceiras. Para Malta, a palestra ocorre num momento oportuno ao apresentar possíveis ações para enfrentar o difícil cenário econômico atual. “Trazemos esta palestra para fazer com que as nossas empresas não se sintam abandonadas num momento como esse de crise pela qual passa o comércio. É o momento de apoiar o empresariado”, pontuou. Os interessados em participar das palestras puderam se inscrever gratuitamente, sendo solicitada apenas a entrega de um quilo de alimento não perecível na entrada dos dois eventos. Foram arrecadados pouco mais de uma tonelada de alimentos entre os 2032 inscritos nesta edição. Em Maceió, as doações serão entregues aos Mesa Brasil, do Sesc, enquanto em Arapiraca os donativos contemplarão um abrigo de idosos.

Cinco ações

O especialista em gestão César Souza iniciou a palestra falando da própria experiência. Atuando há 40 anos como consultor, sua cartela de clientes inclui desde pequenas a grandes empresas, variedade que fez com que Souza “adquirisse uma certa sensibilidade para tratar sobre vários negócios”, conforme disse. Para o consultor, os empresários não podem ficar parado culpando o governo, mas sim focar no seu negócio. De fato, o cenário econômico não passa por um bom momento: a inflação cresce, o PIB apresenta baixa taxa, a confiança dos investidores diminui e o grau de otimismo dos consumidores recua. Porém, mesmo diante deste contexto, as empresas têm como desafios aumentar suas receitas e clientes, reduzir custos de forma a manter a eficiência operacional, diminuir os riscos e identificar oportunidades. Abordando o tema da palestra, César pontuou cada uma das cinco ações que os empresários podem adotar no enfrentamento da crise. A primeira é ‘estar mais próximo possível do cliente’, ficar atendo às necessidades deles. Para o especialista, algumas empresas equivocadamente cortam verbas publicitárias e proíbem viagens de vendedores para contatos pessoais com clientes, acreditando que assim reduziram custos durante a crise. “Este não é o momento para essas decisões, pois elas fatalmente acabam distanciando a empresa dos clientes. A hora agora é de colocar o cliente no centro de tudo, perceber o que ele precisa e se questionar: será que eu conheço o cliente como deveria conhecer?”, analisou. Essa interação com o cliente é muito importante, pois ele compra mais que um produto; compra confiança, relacionamento, personalização, transparência e benefício do uso; daí a importância de saber conquistá-lo e tratá-lo da forma como merecem. Para dar uma ideia disso, o palestrante apresentou dados da pesquisa High Performance in the Age of Customer, da ACCENTURE. Segundo o levantamento, os clientes deixam de comprar na loja pelas seguintes razões: 1% devido à morte do consumidor, 3% por conta da mudança de endereço, 5% mudam de expectativa, 9% devido ao preço, 14% por causa da qualidade dos produtos e a maioria, 68%, por conta de um atendimento inadequado. A segunda ação é ‘comprometer as pessoas’, ou seja, mobilizar e integrar a equipe. Para o especialista, em tempos de crise é preciso estimular os colaboradores a desempenhar múltiplas tarefas, focar no bom atendimento, integras as diversas áreas de atuação, avaliar o desempenho e capacitar substitutos e sucessores. A terceira ação é promover a ‘redução inteligente de custos’. “Há empresas que, em épocas de crise, realizam demissões visando a redução de custos. Mas a empresa vai gastar para demitir e, quando a economia estabilizar, gastar para recontratar. Onde está a economia? Os custos continuarão os mesmos”, considerou César, acrescentando que a redução inteligente refere-se aos custos ocultos, que são os desperdícios, as compras desnecessárias, a perda de tempo, o retrabalho, a duplicidade de tarefas, o endividamento e a falta de programação financeira. Já a quarta ação é ‘pensar fora da caixa’, isto é, inovar e agregar valor ao produto ou serviço oferecido. “Preço é o que você paga e valor o que você recebe. Quando o valor é superior ao preço, o cliente faz a boa propaganda, mas quando é inferior, a propaganda será negativa. O que você está oferecendo?”, questionou à plateia, enfatizando que ter preço competitivo é obrigação de toda empresa, sendo a satisfação o diferencial a ser oferecido aos consumidores. ‘Se cuidar’ é a quinta ação sugerida por César Souza e isso é feito por meio da auto gestão, buscando o equilíbrio entre os negócios, a saúde, a família, a vida espiritual e a participação na comunidade a qual pertence, além de vivenciar a coerência entre o que se fala e o que se faz.