Juscelino Marinho Pita traz em seus 58 anos de história muito trabalho como funcionário de supermercado, taxista e agente de endemias. Divorciado e pai de dois filhos, ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 4 de agosto. Com o lado esquerdo já paralisado, foi internado na nova Unidade de AVC do Hospital Geral do Estado (HGE). Na última quinta-feira (10), ele voltou ao mais completo hospital de Alagoas, onde fez uma tomografia e mostrou que já movimenta o lado antes paralisado.“O que eu quero agora é seguir com a minha vida normal”, disse Juscelino com ar de autoridade à equipe médica que o escutava durante a espera pelo exame. Antes de sofrer o AVC, o pai de dois adolescentes recordou que não procurava médicos para saber sobre seu real estado de saúde. Ele deu entrada no HGE após sentir-se mal quando caminhava pelas proximidades do terminal rodoviário do Salvador Lyra, em Maceió. “Eu andava bastante de bicicleta até que um dia comecei a me sentir muito fraco e inseguro para pedalar. Então, eu comecei a sair para o trabalho da minha casa , Juscelino foi avaliado com 11 pontos e três dias depois ele chegou a 0. Todo o atendimento foi realizado no hospital, inclusive a realização dos exames, como: eletrocardiograma, ecocardiograma, raio-X de tórax, sangue e tomografia. A recuperação foi maravilhosa! Agora ele só precisa do acompanhamento de médicos da atenção básica, principalmente do cardiologista, neurologista e médico clínico”, disse a médica plantonista da UAVC, Rafaela Tenório. “O atendimento foi nota 10. Não tenho nada o que reclamar. Pelo contrário, tenho muito que agradecer aos profissionais do HGE por terem preservado minha vida. Agora eu vou procurar um fonoaudiólogo para poder melhorar minha voz e continuar com o acompanhamento médico. Eu quero mais é viver”, falou Juscelino com alegria. Única Unidade de AVC de Alagoas está no HGE O AVC, popularmente conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte e de sequelas no mundo, atingindo 16 milhões de pessoas a cada ano; dessas, seis milhões morrem. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença. Pessoas com mais de 55 anos estão mais propensas à enfermidade, mas fatores genéticos podem incluir os jovens entre as vítimas. Pessoas da raça negra e com histórico familiar de doenças cardiovasculares também têm mais chances de sofrer um derrame. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil são registradas anualmente quase 70 mil mortes por AVC. Sendo assim, o governo federal tem priorizado o combate à doença com foco na prevenção, uma vez que 90% dos casos poderiam ser evitados. E, caso ocorra, o paciente pode ser tratado, se chegar rápido a um hospital preparado para dar o atendimento imediato. “Foi a partir da ‘Linha de Cuidado do AVC’ elaborada pela União à Rede de Atenção às Urgências que o HGE foi motivado a lançar a primeira Unidade de AVC de Alagoas. O foco é tratar o acidente vascular no seu estado agudo, o que minimiza possíveis sequelas causadas com a ausência do sangue nas células e pode devolver a rotina ao paciente”, informou a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska. Os sintomas do AVC isquêmico são fraqueza de um lado do corpo, dificuldade para falar, perda de visão e perda da sensibilidade de um lado do corpo. Normalmente, o tipo hemorrágico traz avisos, como alteração motora, paralisia de um lado do corpo, distúrbio de linguagem, distúrbio sensitivo, alteração no nível de consciência. Mas todos os sinais dependem do local do cérebro que foi acometido. É o mais grave e tem altos índices de mortalidade. O tratamento preventivo engloba o controle de vários fatores de risco vasculares como a pressão arterial, diabetes, colesterol, triglicérides, doenças cardíacas, além da necessidade de não fumar, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos.