Meninas na faixa etária dos 9 aos 11 anos já podem se dirigir a qualquer unidade de saúde do município para receber a segunda dose da vacina do HPV, cumprindo assim mais uma etapa de imunização contra a doença, responsável por 70% dos casos de câncer do colo do útero, a terceira causa de morte de mulheres no Brasil. O esquema vacinal para as meninas nessa faixa etária foi iniciado em março de 2015 e será finalizado com a aplicação da última dose daqui a cinco anos. Nesta segunda etapa de campanha – que teve o período de intensificação nas escolas anunciado para esta segunda-feira (14) pelo Ministério da Saúde – o Programa de Imunização (PNI) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) manterá a vacina, neste primeiro momento, restrita às unidades de saúde. A partir de 05 de outubro, porém, a vacinação do HPV será levada pelas equipes do PNI também para o ambiente escolar, estratégia que vem se mostrando eficiente para garantir uma maior cobertura vacinal. “Como tivemos uma campanha mais extensa para a imunização contra a pólio, encerrada na útlima quinta-feira (10), precisamos desse tempo para promover a reorganização das equipes que irão até as escolas, que somam quase 400 unidades de ensino público e privado aqui em Maceió. E nossa meta é percorrer todas elas, eliminando o risco de doenças causadas pelo HPV, como as infecções virais e, principalmente, o câncer de colo de útero”, afirmou a coordenadora do PNI no município, Eunice Raquel Amorim. De acordo com Eunice, a meta é vacinar 80% da população-alvo, que corresponde a 24.953 meninas de 9 a 11 anos. Ao contrário do que ocorreu em 2014, quando foi superada a meta de vacinação na primeira dose para meninas de 11 a 13 anos, na campanha com a primeira dose para a nova faixa etária deste ano, a meta não foi alcançada em Maceió e foi vacinada apenas 57,80% da população-alvo, ou seja, 14.423 meninas na faixa dos 9 aos 11 anos. Este ano, o Ministério da Saúde incluiu no grupo alvo da vacinação as mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse público tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer no colo do útero do que a população em geral. Com a medida, 33,5 mil mulheres em todo o país serão beneficiadas pela vacinação. Para este grupo, o esquema vacinal também conta com três doses, mas com intervalos diferentes. A segunda e a terceira doses serão aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas precisarão apresentar a prescrição médica. Disponível dentro do calendário de rotina da imunização, a vacina contra o HPV também deverá ser aplicada nas unidades em meninas de 9 a menor de 15 anos que já receberam a primeira dose, conforme o esquema vacinal estabelecido para a imunização contra a doença. Além disso, meninas de 9 a menor de 14 anos que ainda não receberam a 1ª dose também deverão ser vacinadas. A coordenadora do PNI no município lembra ainda que a vacina não confere proteção contra outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, por isso a importância do uso do preservativo. Ela reforça também que é necessário levar a caderneta de vacinação para que sejam feitos e conferidos os registros de cada dose aplicada. A vacina Desde março de 2014, o SUS oferece a vacina quadrivalente, que confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia em quem segue corretamente o esquema vacinal. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais. Ela tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.
