Após o segundo encontro municipalista que aconteceu em Cajueiro, o presidente da AMA, Marcelo Beltrão avalia que o movimento está no caminho certo “ porque a população está entendendo a necessidade de ser parceira dos gestores e cobrar respeito ao município”. Beltrão não defende paralisações e sim esse trabalho de divulgação do que vem acontecendo com as cidades brasileiras. No final de Agosto, prefeitos do Agreste e Sertão se reuniram em Arapiraca dando o pontapé inicial . Na ocasião a prefeita de Arapiraca Célia Rocha denunciou que a prefeitura recebe apenas R$ 600,00 por habitante/ano para oferecer saúde de qualidade. A complementação já está na casa dos R$ 500 mil reais. “Quando pensamos que teríamos recursos extras pela conquista de mais 1%, que ainda foi dividido em duas parcelas, o ministério da Fazenda cancelou o repasse e enterrou toda a programação elaborada”, acrescentou. “Como executar as políticas públicas dessa forma?” questiona. A prefeita de Arapiraca também lembrou que o Congresso Nacional precisar entender que não pode aprovar leis que impactem as contas municipais, sem fonte definida de financiamento. Essas despesas compulsórias estão agravando o quadro de dificuldades. A ideia de chamar atenção da população, das pessoas que moram no Município, das dificuldades que os prefeitos estão passando está o grande objetivo. A revisão na distribuição dos repasses federais hoje subfinanciados, como a merenda, PSF e o transporte escolar, por exemplo, são os principais itens da bandeira de luta, como também a aprovação de leis sem definição de fontes de financiamento. Beltrão disse que a imprensa tem sido fundamental por sua credibilidade e por estar realmente compreendendo que os que os prefeitos estão falando é realmente muito sério. Disse também que os prefeitos estão no limite da capacidade financeira para a oferta de serviços à população. Desde 2008, com a centralização de verbas na esfera federal, os municípios vêm perdendo recursos. Um valor que supera a casa de R$ 1,5 bilhão só este ano. A orientação da AMA é que os prefeitos continuem mobilizados, enxugando os custos, priorizando os serviços essenciais e realizando festas apenas quando houver cotas de patrocínio. No segundo encontro, em Cajueiro, reunindo prefeitos da região Central, o presidente Marcelo Beltrão, propôs cortar 10% nos salários dos prefeitos, vice-prefeitos e comissionados na busca de alternativas para equilibrar as contas das prefeituras, manter em dia os pagamentos e dar continuidade aos serviços básicos ofertados à população. “Precisamos do apoio da população para cobrar que o Governo Federal corrija a injustiça tributária”, afirmou a prefeita anfitriã, Lucila Toledo, que também reduziu 20% do salário dos comissionados e aguarda uma decisão da justiça para reduzir o seu salário e o do vice-prefeito. Ao encerrar a Mobilização em Cajueiro o presidente da AMA sugeriu que a população se unisse para ir às ruas e exigir que Governo Federal respeite o município e não tire o direito do prefeito de executar o que prometeu. “Tirar a esperança do gestor de realizar um bom governo é tirar a esperança do povo”. Segundo ele o movimento vai continuar nas outras Regiões do Estado e destacou a participação de prefeitos que estão trocando experiências e mostrando que o problema não é de cidades pequenas e sim de todos.